domingo, 19 de dezembro de 2010

"Sempre mórbida essa menininha..."


Ajoelhada nos pés da cama, onde os dois amantes morreram, Anita diz:

- Essas paredes, as tábuas do chão, portas, janelas, tudo isso é testemunha do que aconteceu entre os dois amantes. E esse espelho, olha esse espelho – Diz Anita caminhando até o espelho - Ele refletiu toda cena de ciúmes, também a morte dos dois, já imaginou que fascinante conhecer o passado de um espelho? Entrar por dentro dele, como Alice? O que você está pensando?

- Que eu tenho que ir embora. – Diz Fernando.

- Assim de repente? Por quê?

- Foi como eu entrei, de repente!

- Volta amanhã...

- Quem sabe a gente se encontra outro dia... De qualquer maneira obrigado, eu estava chateado, deprimido, você salvou meu dia. Espero que não haja rejeição ao transplante! – Responde Fernando se referindo ao vaso de flor que caiu do sobrado de Anita.

- Eu acho que você se aborreceu comigo, eu juro que não sou louca, mas é que... Olha...

- Você está chorando?

- Eu fico emocionada sempre que eu falo na Cíntia.

- Cíntia? Quem é Cíntia?

- A moça que morava aqui, que foi assassinada pelo amante. Ele era Luciano, ela Cíntia.

- Eu usei o nome Cíntia em um conto que escrevi a muito tempo, incrível! No meu conto ela também era assassinada pelo amante... Coincidência...

- Nada é coincidência, tudo está escrito! Não acredita no destino? Acha que foi mesmo por acaso que você entrou aqui? Que a gente se conheceu? Tava escrito, assim como ta escrito que você vai voltar.

- Pode ser... Mas o que está escrito mesmo nesse momento é que eu tenho que ir embora. Tchau... Prazer mesmo!

Fernando termina seu cigarro e desce as escadas...

domingo, 14 de novembro de 2010

A lógica masculina


Bom dia, caros leitores e críticos de porra nenhuma,

Venho por meio deste canal para discorrer a respeito de algo que me intriga cada vez mais, apesar da tamanha previsibilidade com que se manifesta. Trata-se da lógica masculina, que consiste na tendência que os homens apresentam de agirem similarmente em situações envolvendo o sexo oposto. Vale salientar, porém, que não estou aqui para estereotipar comportamentos e gêneros, mas para tentar compreender as tendências que perduram por séculos a fio.

O que me motivou a escrever aqui hoje foi o magnata fundador do império Playboy, Hugh Hefner. Ele, que é o ícone de muitos rapazes no mundo inteiro por sustentar um estilo de vida invejável, segundo a lógica masculina, fez com que eu parasse para pensar acerca do tema aqui abordado: A lógica masculina. As pessoas que assinam TV a cabo podem assistir, no E! Entertainment, o programa “Girls Of The Playboy Mansion”, que conta com a participação de Hef e suas atuais três namoradas, todas loiras e com menos de trinta anos.

Aos leigos, um breve comentário: A vida amorosa dele, um homem com quase 90 anos, é alvo de cobiça de grande parte dos homens, pois ele cultiva relacionamentos com mais de uma mulher ao mesmo tempo, sendo que elas, suas namoradas, são sempre jovens, loiras e gostosas. No entanto, por mais que eu tente fugir de rotulações baratas, é inegável afirmar que elas não passam disso. Garotas superficiais e oportunistas, que visam fama e dinheiro. Afinal, ingressariam em um relacionamento com um magnata idoso por qual outro motivo? Amor? Não sejamos hipócritas e sim realistas.

Não acho que elas não gostem dele, mas o que fez com que elas investissem nele, em um primeiro momento, foi puro interesse, como disse anteriormente. E ele, inteligente que é, está ciente de tudo isso, mas ainda assim sustenta esse circo. Eu imagino que ele o faça principalmente pela revista, pois é seu life style a maior publicidade da mesma. Acredito que atualmente esta seja a lógica, o que não nega o fato de que no passado talvez ele tenha sustentado esse comportamento polígamo por entretenimento pessoal, obviamente.



Não obstante, não vim aqui para fazer uma biografia dele, mas para discorrer a respeito do fato de ele ser tão invejado pelos machos do mundo inteiro. A ostentação de dinheiro e mulheres parece ser o alvo da ambição de muitos deles, o que me deixa perplexa, visto que é uma ambição extremamente vazia, para não dizer mais. Talvez eu seja “mulherzinha” demais ao desaprovar essa lógica, mas isso não é algo que eu queira meus filhos ambicionando um dia.

O que observo cada vez mais no comportamento dos homens é que o sexo fácil parece tapar o buraco dos problemas pessoais, no sentido de que o tendo, a satisfação faz-se plena. Satisfação esta efêmera e superficial, pois não há nada que se sustente em longo prazo acima de sexo fácil, pelo menos nada que verdadeiramente valha à pena. Não quero que soe moralista de maneira alguma, mas acredito piamente que nós, seres humanos, independente do gênero, podemos muito mais do que isso; Que devemos ambicionar muito mais.

Enxergo muitos caras gabando-se para seus amigos da transa fácil e descomprometida que ele tem com alguma garota, que possivelmente pense como ele, isto é, que ter um prazer momentâneo e sem grandes preocupações seja a saída de todos os problemas pessoais, que teoricamente implicam em fazer-nos sofrer e blá blá blá. Infelizmente, ainda há o machismo envolvido, ou seja, o homem que se sujeita a transar descompromissadamente com uma ou mais garotas é tido como um herói, enquanto a mulher é taxada de safada.

Um verdadeiro absurdo, penso eu, pois acima do sexo, somos todos seres humanos, e como tais, temos temores, ambições e tendências comportamentais que devem ser respeitadas. Já que a aceitação e aprovação muitas vezes não são majoritárias, pelo menos o respeito deve ser unânime. Sustento a premissa de que a vida deve ser vivida intensamente e de acordo com os critérios pessoais de cada um, o que implica em fazer o que se tem vontade estando sempre ciente das possíveis conseqüências. Em suma, a imprudência é condenável, não a escolha, portanto, larguemos os falsos moralismos em casa e respeitemos as pessoas e suas escolhas como indivíduos.

Por mais que não achemos correto, saibamos que nas relações interpessoais não há o certo e o errado, mas apenas opções boas e ruins para quem as faz.

Um beijo e um abraço, Isadora.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pensamentos avulsos

Último desabafo sobre o cenário político atual


Não existe assunto mais comentado e que me tire mais do sério do que as eleições presidenciais de 2010. Como se já não bastasse o fato dos presidenciáveis serem despreparados e fracos, a massa dos eleitores, alienada e preconceituosa, consegue superá-los em termos de despreparo e fraqueza. Despreparo porque não fazem seu dever de casa, que consiste simplesmente em ESTUDAR o seu voto, e fraqueza, pois são facilmente manipulados pela grande mídia. Fala-se muito a respeito do fato de a candidata Dilma Rousseff ter declarado ser agnóstica estando em um país majoritariamente católico. Antes apenas falassem a respeito da religião dela, mas usam isso de maneira pejorativa, como se para ser um bom presidente você tenha que ter uma religião. Sinto-me como se vivesse na Idade Média. A Inquisição somos todos nós! Não que eles tenham qualquer similaridade, mas não era Fernando Henrique Cardoso ATEU, tucanetes de plantão? Ter coerência nos argumentos é imprescindível. Para mim, política e religião eram duas coisas autônomas e distintas, mas certa camada da população brasileira discorda veementemente. E nessa discordância, faz questão de espalhar burrices por aí afora. Sem deixar de lembrar o argumento tucanete que acusa a candidata de ser terrorista. Ninguém ingressa na vida guerrilheira à toa. PESQUISEMOS, ESTUDEMOS não vamos nos ater ao superficial da coisa. Particularmente, sou contra qualquer tipo de violência, seja ela armada, organizada ou não, mas diante de um período difícil e injusto como foi o da Ditadura Militar, não sei se acataria passivamente ao que a direita milita impunha. Você acataria?


Tabus que perduram até hoje

Por mais que estejamos vivendo em pleno século XXI, inúmeros tabus ainda perduram em nossa sociedade, sendo a homossexualidade um deles. Ontem tive a oportunidade de debater sobre esse assunto com duas pessoas queridas e que, por sinal, discordam de mim. A hipótese era: Há anos, uma grande parcela da população da cidade supõe que um grande empresário é gay. Se ele "saísse do armário", assumindo sua orientação sexual para Deus e o mundo seria um choque, certo? Sim. Mas por quê? De fato, todos desconfiavam, inclusive, comentavam entre si sempre que lhes ocorria, então por que o choque? Talvez eu esteja completamente sozinha nessa, mas não consigo entender a razão das pessoas terem tal reação quando na verdade deveriam pensar: "Que ótimo que ele tenha criado culhões para assumir sua real identidade sexual, que todos já desconfiávamos! Bravo!". E quando digo criar culhões quero dizer que tal ato requer muita coragem porque a homossexualidade não é tratada com naturalidade pela maioria das pessoas. Muitos desdenham os homossexuais como se sentir atração por pessoas do mesmo sexo fosse completamente condenável, sujo etc. e tal, o que pode prejudicá-los não só socialmente, como também profissionalmente. Garanto que o grande empresário que saísse do armário "misteriosamente" seria prejudicado em seu emprego. GARANTO. Infelizmente, um assunto que deveria ser visto naturalmente pela sociedade, uma vez que é comprovado que existe desde os primórdios, e que não deveria incomodar tanto os outros é TABU, é MAL VISTO, é "NOJENTO", é "FEIO", "NÃO É DE DEUS". A discriminação de qualquer cunho é condenável, não a orientação sexual (porque a sexualidade não é uma opção)das pessoas. É por isso que eu faço questão de defender os gays com unhas e dentes, pois não é justo ser prejudicado por algo que não depende de você para ser alterado. Você, leitor heterossexual, sabe explicar POR QUE você é heterossexual? Sabe explicar se você escolheu isso? Não, porque você NASCEU assim, tal como o homossexual. Algo que não consigo digerir, muito menos respeitar e ouvir são os homofóbicos e seus argumentos patéticos sobre as razões que os homossexuais dão para eles serem objeto de chacota. Por isso, se você é homofóbico, sujiro que assista esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=Y9UeKYF6sno

Acho que por hoje é só. Beijonãomeliga, Isadora C.

domingo, 24 de outubro de 2010

Por que não votarei em Serra, por Luis Bustamante



Não votarei em Serra porque seu eventual governo será um retrocesso em relação aos avanços sociais dos últimos oito anos. Entre 1994 e 2002, o binômio PSDB/DEM deu mostras de como governa. No governo FHC, do qual Serra foi ministro do planejamento e da saúde, o número dos muito pobres flutuou de 28,99 milhões para 28,17 milhões. No governo Lula, o número foi reduzido a praticamente metade, de 28,17 milhões para 15,54 milhões. O governo do PSDB/DEM gerou 5 milhões de empregos em 8 anos. O do PT gerou 15 milhões. Poderia citar mais e mais números, e o leitor já deve conhecê-los bem.

Argumentos que culpam a conjuntura econômica pelos maus resultados do governo FHC/Serra não se sustentam. Qualquer segundoanista de economia sabe que o mundo viveu um ciclo de expansão entre 1994 e 1998. Lula, ao contrário, enfrenta com sucesso, desde 2008, a pior recessão planetária dos últimos 70 anos.

Não votarei em Serra porque não desejo ver um inimigo do ensino público na presidência da República. O governo FHC/Serra, em oito anos, não criou nenhuma universidade pública. Professores sofreram arrocho salarial, sem um único reajuste. Estudantes foram prejudicados porque professores e pesquisadores aposentavam-se ou pediam demissão, e novos concursos eram proibidos. Hospitais universitários, como o da UFMG, foram fechados por falta de verbas. As instalações físicas das universidades sofriam em completa penúria. Enquanto isso, o ensino privado superior expandiu-se como nunca na história desse país.

O metalúrgico Lula, em sete anos, criou 14 universidades federais. As já existentes foram expandidas, concursos foram realizados e professores contratados, e os campi de todo o Brasil transformaram-se em canteiros de obras. Salários de professores e técnicos foram reajustados, a ponto de provocar críticas da revista Veja contra a “aristocracia acadêmica” das universidades federais.

Não votarei em Serra porque sua candidatura tem o apoio – e está sendo pautada – pela extrema direita. Se, no início da campanha, Serra posava como um doce Dr. Jeckyll liberal, agora exibe as presas de um feroz Sr. Hyde direitista. Serra quer ganhar a eleição a qualquer custo (ênfase no qualquer) e, para isso, foi cobrindo seu discurso com as camadas de ressentimentos acumulados por um espectro que vai dos elitistas demofóbicos à mais atávica direita fascista. A candidatura Serra conseguiu a proeza de arrancar das profundezas e perfilar integralistas, ex-torturadores, a linha-dura militar golpista e até a TFP que, recentemente, espalhou spams e distribuiu panfletos anti-Dilma em reuniões do PSDB.

Não votarei em Serra porque sua eventual vitória não se dará por méritos seus, mas por efeito dos boatos torpes difundidos por spams na internet e em púlpitos de igrejas. Sabe-se, graças a investigações feitas pelo jornalista Tony Chastinet, que alguns desses spams foram produzidos por uma organização chamada Tribuna Nacional, que abriga neonazistas e ex-informantes do Cenimar, centro de torturas da época da ditadura.

O conteúdo das mensagens de e-mail anti-Dilma revelam muito sobre os preconceitos de alguns setores da classe média. Reproduzidos em surdina, tais preconceitos afloram com toda a sua ferocidade em períodos de mobilização política. As mensagens agridem a candidata petista porque é mulher e divorciada – enquanto nada se viu, por exemplo, sobre Aécio Neves, também divorciado, mas homem –, porque foi guerrilheira, porque um dia se declarou agnóstica.

Não me convencem os que dizem que Serra não tem como controlar os boatos. O candidato peessedebista não só não quer controlá-los, mas os usa para angariar votos, haja vista as propagandas no horário gratuito abordando a polêmica do aborto. No debate da Band, Serra, mais devoto a cada dia, perguntou a Dilma se ela acredita em Deus. O católico praticante Lula nunca fez pergunta semelhante a Fernando Henrique, que se confessou ateu numa entrevista à Playboy de 1983.

Os boatos que, em 1989, impediram a vitória de Lula – de que iria dividir as casas dos pobres com os sem-teto, mudar as cores da bandeira, confiscar a poupança – revelaram, já durante a campanha, a baixa estatura moral de seu oponente Fernando Collor. A boataria atual, da mesma maneira, revela a de Serra.

Não votarei em Serra porque sua vitória significará uma derrota para o Estado laico. A separação entre Estado e religião é a primeira e basilar conquista política iluminista. Se Serra vencer, será porque assumiu as bandeiras dos setores mais intolerantes da direita religiosa brasileira, com a qual, certamente, terá compromissos a saldar. Não pensem que Serra está usando os religiosos para driblá-los depois. Pensaram o mesmo de Bush quando, graças ao apoio da direita religiosa, venceu Albert Gore em 2000. Os fundamentalistas irão cobrar a fatura depois.

Não votarei em Serra porque ele representa a mais abjeta demofobia cultivada por alguns setores da classe média urbana brasileira. Todos nós conhecemos pessoas que têm asco pelos de origem humilde. Gente esnobe, arrogante, que se sentiu ultrajada quando pobres e pretos passaram a freqüentar espaços antes exclusivos. A espetacular ascensão social ocorrida nos últimos sete anos transformou o asco em ódio. Ódio pelo Bolsa família, que encareceu e escasseou as antes servis e cordatas empregadas domésticas. Ódio pela nova classe C, que lotou as filas de espera dos aeroportos e colocou velha e nova classe média lado a lado nas poltronas dos aviões. Ódio pelos pobres que, agora, freqüentam universidades federais e particulares, graças ao Prouni. Se você, leitor, conhece gente assim, responda-me: em quem eles disseram para você que vão votar?

Não votarei em Serra porque ele não cumprirá as promessas que vem fazendo. Serra não tem programa de governo, e conduz sua campanha ao sabor dos apoios que recebe – grande imprensa, classe média, grupos religiosos, extrema direita, nessa ordem. No entanto, sabe que, para se eleger, precisará da adesão dos que melhoraram de vida nos últimos oito anos e têm gratidão por Lula. Para conquistar o voto dos mais pobres, Serra fez promessas – salário mínimo de 600 reais, bolsa família dobrada com 13º, aumento de 10% aos aposentados – que eu, você, os economistas do PSDB e ele mesmo sabemos que não irá cumprir. Sua vitória será um estelionato político semelhante ao de Collor, com a diferença de que, dessa vez, não terá a imprensa contra ele. Esse conto do vigário eleitoral, que aposta na boa fé dos que dependem do Bolsa Família e salário mínimo para sobreviver, denuncia, por si mesmo, os limites morais e éticos do candidato Serra.

Não votarei em Serra porque, caso ele vença, a liberdade de imprensa estará sob ameaça. Durante os oito anos de governo Lula e, mais ainda, nesta campanha presidencial, os quatro grandes grupos de mídia do país – Folha de São Paulo, Organizações Globo, Grupo Abril e Estado de São Paulo – mostraram flagrante parcialidade em favor do candidato da direita. Nas páginas dessas publicações e na tela daquela emissora, denúncias contra a candidata petista tiveram ampla repercussão e foram motivo para ilações e pré-julgamentos, enquanto as que atingiam Serra – caso Verônica Serra/Daniel Dantas, caso Paulo Preto/Dersa, por exemplo – não foram sequer noticiadas.

Quando, depois de investigadas, as acusações contra o governo e o PT se revelavam falsas – caso “escândalo da Receita”, por exemplo – a grande imprensa não publicava os desmentidos. Ao contrário, fazia novas acusações. Notícias negativas sobre o governo eram amplificadas, e as positivas, escondidas. Manchetes, fotografias, textos foram sobejamente distorcidos, descontextualizados, deslocados, recortados e ou simplesmente falsificados – a exemplo da ficha falsa de Dilma, na Folha –, para desconstruir a imagem da candidata petista.

Na eventualidade de uma vitória de Serra, a grande imprensa manterá uma postura laudatória, acrítica e bajuladora em relação ao seu governo. Um Serra sorridente, com a mão no queixo, será vendido como estadista nas capas de Veja, enquanto as estrelas ninjas vermelhas, os polvos juliovernianos, as hidras de sete cabeças e as fotos escurecidas em vermelho-sangue – as conhecidas técnicas de terrorismo gráfico de Veja, inspiradas nos cartazes do Terceiro Reich – continuarão a ser reservadas para a oposição de esquerda.

Os resultados do governo Serra pouco importarão, pois as informações serão sempre distorcidas a seu favor. Nesta campanha, a grande imprensa testou os limites da impunidade e percebeu o quanto são amplos. Por isso, perdeu o pudor de manipular. A censura do governo Serra não precisará de leis ou censores aboletados nas redações. Será censura branca, pautada pelas quatro famílias e seus prepostos que controlam a maior parte da informação veiculada no país.

Não votarei em Serra porque, em seu governo, haverá perseguição política contra os que pensam diferente. Essa perseguição será ao estilo macartista, uma “caça às bruxas” que dispensa cárceres, torturadores, polícia política e tribunais de exceção. Funcionários públicos serão perseguidos, postos na geladeira e terão suas carreiras paralisadas. Atores, diretores e roteiristas simpáticos ao PT não serão contratados pela maior emissora ou por sua produtora de cinema. Autores de esquerda não terão seus livros publicados pelas grandes editoras. Jornais e revistas críticos ao governo serão asfixiados pela falta de verbas da propaganda oficial.

Num eventual governo do PSDB/DEM, órgãos de imprensa demitirão jornalistas simpáticos à esquerda ou até mesmo os imparciais, a exemplo do que aconteceu com Maria Rita Kehl na semana passada, dispensada do Estado de São Paulo porque publicou um artigo elogioso ao presidente Lula. Serra é conhecido no meio jornalístico por agredir entrevistadores sempre que é confrontado por perguntas incômodas, e por disparar telefonemas às redações exigindo a cabeça de repórteres impertinentes.

O ambiente político será asfixiante, semelhante ao dos Estados Unidos na década passada. A vitória de Bush, em 2000, apoiado pela extrema direita religiosa e pelos neocons republicanos, criou um clima de intolerância neo-macartista que só perdeu força em seu segundo mandato, por causa do desgaste político da guerra do Iraque.

Não votarei em Serra porque sua campanha se baseia no ódio negativista, no ressentimento rancoroso. Desafio o leitor a encontrar um único texto de jornalista ou blogueiro, em apoio à candidatura Serra, que não contenha ataques a Lula, ao PT ou a Dilma em tom insultuoso. Se encontrar, lerei com prazer.

Não votarei em Serra e lamentarei muito sua eventual vitória. Que este escrito permaneça como registro de que não serei cúmplice desse retrocesso.





Sinceramente, precisa dizer mais? Texto FODA!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por que o frango atravessou a rua?


Freud: a preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.

Marx: o atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe social de frangos, capazes de cruzar a estrada.

Einstein: se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.

Darwin: ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.

Nietzsche: ele deseja superar a sua condição de frango, para tornar-se um superfrango.

Clarice Lispector: a essência do frango está nas suas patas. As patas têm o frango. Quem vê as patas, vê o frango. A essência das patas é o correr, o correr abstrato. A estrada é a essência do correr. Quem vê o correr, vê a estrada.

Filósofos da escola de Frankfurt: é uma questão medíocre imposta pelos mentores de uma arte de massas que transformou a imagem de um frango em mais um produto da indústria cultural.

Martin Luther King: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.

Newton: 1) Frangos em repouso tendem a ficar em repouso; frangos em movimento tendem a cruzar a estrada. 2) por causa da atração gravitacional exercida pelos outros frangos que já estavam do outro lado da estrada.

Agnósticos: é impossível saber se o frango realmente atravessou a estrada. A incerteza há de pairar eternamente sobre esta questão.

Céticos: dizem que ele atravessou, mas será que atravessou mesmo? Precisamos investigar tal questão detidamente antes de fazer qualquer declaração a respeito.

Investigadores forenses: as evidências coletadas no local da travessia indicam fortemente que o frango de fato atravessou a estrada.

Ateus: o frango não atravessou a estrada porque ele não existe. Isso é uma crendice estúpida.

Cristãos: isso é um mistério que somente deus pode responder.

Espíritas: o frango cruzou a estrada porque incorporou um espírito aventureiro.

Evangélicos: porque Jesus o ama.

Pastores da Igreja Universal: por 10% que eu te conto.

Chapolin Colorado: todos os meus movimentos são friamente calculados.

Feministas: para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá a habilidade suficiente para cruzar a estrada.

Silvio Santos: o frango atravessou a estraaaada lombardi… a-aiiii hi hi….

Carla Perez: porque queria se juntar aos outros mamíferos!

Platão: Porque buscava o bem.

Aristóteles: Está na natureza dos frangos cruzar a estrada.

Bill Gates: Acabo de lançar o Frango Office 2000, que não só cruza estradas, como também põe ovos, arquiva seus documentos importantes e acerta suas contas.

Buda: Perguntar isso nega a tua própria natureza de frango.

Hemingway: Para morrer. Sob a chuva.

FRANGO: com tanta coisa fiquei confuso e esqueci…

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eleitores fanfarrões



Em tempos de eleições, o que mais observamos na sociedade brasileira são longas e exaustivas discussões entre oponentes políticos, o que pode ser considerado, de certa forma, um avanço político, uma vez que se trata de um claro reflexo da democracia em nosso país. No entanto, as rivalidades e discussões não ficam restritas somente aos candidatos, mas alcançam também os eleitores mais fervorosos, cujo posicionamento eu pretendo criticar neste texto.

Atualmente, vivemos em um mundo claramente dominado pelos avanços e retrocessos tecnológicos e pela supremacia do ciberespaço, o que é indiscutível. Essa realidade está presente na vida de todas as pessoas, umas mais e outras menos – dada a situação sócio-econômica de cada um-, o que faz com que estejamos expostos a uma imensidão de informações e notícias fornecidas pela Internet.

Ademais, nota-se que existem cada vez mais pessoas ingressando em sites de relacionamento, como o Facebook e o Twitter, o que permite uma aproximação mais intensa entre indivíduos que não necessariamente se conhecem pessoalmente. E são nesses dois sites específicos usados como exemplo a pouco que observo nitidamente os embates entre eleitores fervorosos. O adjetivo usado, obviamente, como instrumento de deboche desses seres que se julgam verdadeiros entendedores da política brasileira em geral.



Particularmente, não sou uma fã assídua de julgamentos, mas a situação está gritante e pretendo me manifestar. Os eleitores em questão são na grande maioria das vezes adolescentes de classe-média, sustentados pelos seus pais, que dividem seu tempo entre os estudos, baladas e Internet (e por Internet entenda-se SITES DE RELACIONAMENTO ou entretenimento cibernético barato e trash), sendo geralmente completos alienados, mergulhados que estão na sua realidade cômoda e pacífica. Sim, consiste em um rótulo generalizante, mas é o que observo claramente nos dias atuais.

Os adolescentes de 2010 adotaram o seguinte posicionamento político diante das eleições presidenciais:
- Aqueles que são filhos de empresários de grande ou médio porte, cujos interesses são meramente neoliberais, votaram no candidato José Serra;
- Aqueles que ainda acreditam que o Partido dos Trabalhadores seja aquele fundado por dirigentes sindicais, intelectuais de esquerda e católicos ligados à Teologia da Libertação, com um viés socialista democrático por sinal (como se isso se aplicasse à realidade atual do PT), e que querem ver um prolongamento do Governo Lula, votaram na candidata Dilma Rousseff;
- Aqueles que se cansaram das duas vertentes políticas majoritárias que vêm se sucedendo no poder sem apresentar mudanças radicais e efetivas no sistema votaram no candidato Plínio de Arruda;
- Já aqueles que lutam em prol do desenvolvimento sustentável aliado ao crescimento econômico, com um olhar voltado para a Educação, em suma, votam na candidata Marina Silva.

Sabendo-se do perfil dos eleitores jovens, podemos imaginar que os embates mais fortes se darão entre os eleitores do Lula, quero dizer, da Dilma e do Serra. Ambos candidatos FRAQUÍSSIMOS, por inúmeras razões que eu não preciso nem quero elencar, pois o texto que aqui escrevo não tem o objetivo de criticar nenhum candidato, mas sim os seus eleitores xiitas.

O que observo nos sites de relacionamento que faço parte são jovens vestindo a camisa de seus candidatos no sentido fundamentalista da coisa, o que é preocupante, visto que engajamento político não se resume a “vestir a camisa” do candidato favorito e procurar desvalorizar de todas as maneiras possíveis o candidato adversário. Não é como se os próprios eleitores estivessem disputando na corrida pelo Planalto. Pensando em defender o candidato preferido com todas as suas forças e argumentos, deixa-se de lado o olhar crítico e imparcial que analisaria todo o histórico do candidato e do partido político, numa onda de “adoração cega” que é predatória.

Em suma, o grande fator que faz com que a política brasileira esteja fadada ao fracasso é esse personalismo tão forte que se mantém em vigor desde meados dos anos 50. E este ainda existe por conta de eleitores fervorosos xiitas que se metem a defender com unhas e dentes personalidades políticas que nem sequer se importam verdadeiramente com o que pregam.

sábado, 11 de setembro de 2010

That's great music!


The Raconteurs - "Steady, As She Goes"
The Raconteurs - "Salute Your Solution"
The Raconteurs - "Desire"
Justice - "Genesis"
Justice - "One Minute To Midnight"
Yeah Yeah Yeahs - "Maps"
Yeah Yeah Yeahs - "Heads Will Roll"
The XX - "Islands"
The XX - "Heart Skipped A Beat"
The XX - "Night Time"
The Kills - "U R A Fever"
The Kills - "Last Day of Magic"
The Kills - "Wait"
The Strokes & Jack White - "New York City Cops"
Kaiser Chiefs - "Everyday I Love You Less and Less"
Far East Movement - Like a G6
Far East Movement - Girls On The Dancefloor
The Cataracs - Bass Down Low (Dirty)


Baixemos, crianças.

domingo, 5 de setembro de 2010

That's amore!


O que é o amor?

Esta foi uma pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia com um grupo de crianças de 4 a 8 anos.

Respostas:

“Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus sentimentos” - Mathew, 6 anos

“Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô, desde então, pinta as unha para ela. Mesmo quando ele tem artrite” - Rebecca, 8 anos

“Eu sei que minha irmã mais velha me ama, porque ela me dá todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar outras” - Lauren, 4 anos

“Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo conhecendo há muito tempo” - Tommy, 6 anos

“Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente” - Billy, 4 anos

“Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela” - Chrissy, 6 anos

“Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, ara ter certeza que está do gosto dele” - Danny, 6 anos

“Amor é o que está com a gente no natal, quando você pára de abrir os presentes e o escuta” -Bobby, 5 anos

“Se você quer aprender a amar melhor, você deve começar com um amigo que você não gosta. - Nikka 6 anos.

“Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e sente medo que essa pessoa não venha a te amar por causa disso, aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda” - Samantha , 7 anos

“Há dois tipos de amor, o nosso amor e o amor de deus, mas o amor de deus junta os dois” - Jenny, 4 anos

“Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford” - Chris, 8 anos

“Durante minha apresentação de piano, eu vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo isso e eu não sentia medo” -Cindy, 8 anos

“Não deveríamos dizer eu te amo a não ser quando realmente o sintamos. e se sentimos, então deveríamos expressá-lo muitas vezes. As pessoas esquecem de dizê-lo” - Jessica, 8 anos

“Amor é se abraçar, amor é se beijar, amor é dizer não” - Patty, 8 anos

“Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro” - Mary Ann, 4 anos

“Deus poderia ter dito palavras mágicas para que os pregos caíssem do crucifixo, mas ele não disse isso. Isso é amor” - Max, 5 anos”.

domingo, 29 de agosto de 2010

Pérolas geniais de Charles Bukowski



O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece.

As mulheres geralmente se entregam ao mais imbecil que elas conseguem encontrar; é por isso que a raça humana está na posição que ela se encontra hoje: Nós criamos os espertos e duradouros Casanovas, completamente ocos por dentro, como os coelhinho de Páscoa de chocolate que nós empurramos boca abaixo das nossas pobres crianças.

A diferença entre democracia e ditadura é que, numa, primeiro a gente vota e depois cumpre ordens, ao passo que na outra não é preciso perder tempo com eleições. Nunca tive o menor interesse por onde vai a coisa. Mas existem bandidos e mocinhos? Quem sempre diga a verdade e quem nunca minta? Não existem bons ou maus governos. O que existem são apenas governos ruins e outros piores ainda. Não sei quanto às outras pessoas, mas quando me abaixo para colocar os sapatos de manhã, penso, Deus Poderoso, o que mais agora?

De fato, hoje o mundo é dos heróis, dos fashions, dos campeões em tudo. Já não é mais nem narcisismo, é puro fascismo. Ninguém admite a derrota, a falta, o simples humano. Que jogo sujo é esse? Há como fugir disso? Não há fuga, ação ou falta de ação. Temos apenas que nos considerar como uma derrota: qualquer lance no tabuleiro leva a um cheque-mate. No entanto acho cho que a multidão, aquela multidão, a Humanidade, que sempre foi difícil pra mim, aquela multidão está tendo o que merece. Afinal de contas, quem perde ou quem ganha alguma coisa?

Atualmente vivemos nesse universo globalizado, informatizado e performático. O mundo da informação. Um autismo teleguiado, um acúmulo de palavras vazias, cabeças com cérebros vitaminados e merda escorrendo dos ouvidos. Será que chegamos finalmente à sabedoria? O conhecimento que não se realiza é pior que a ausência total de conhecimento. Porque se você esta chutando e a coisa não funciona você pode dizer apenas, merda, os deuses estão contra mim. Mas se você sabe e a coisa não dá em nada você se adentra no sótão de sua mente e passa a percorrer para cima e para baixo obscuros corredores e a imaginar. Isso não é nada saudável, acaba resultando em noites desagradáveis, muita bebida e na máquina de triturar.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pensamentos inquietos


"Quem procura não acha. É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado." Caio Fernando Abreu.

Refletindo sobre essa quote, fiquei pensando em uma incógnita que se instaurou em minha cabeça recentemente. Se o mestre de fato tem razão, o que deveríamos fazer quando encontramos algo ou alguém interessantíssimo, mas improvável? Devemos simplesmente deixar passar?

Aqui estou, estagnada, inerte e parcialmente sem grandes expectativas. Assim sendo, distraída e sem esperar absolutamente nada. E é nesse estado de espírito que as surpresas tendem a aparecer, certo? Errado? Enfim, a minha resposta é tão incerta quanto à própria pergunta: nem certo nem errado, relativo.

Há momentos em que mesmo não estando distraídos, isto é, desesperados à procura de algo ou alguém, somos surpreendidos pelo tão misterioso destino. E por destino entenda-se inexplicável coincidência. No entanto, o grande clichê que é reiterado pelo fodalhão Caio Fernando Abreu prega, em suma, que só quando estamos com o foda-se ligado que as boas oportunidades surgem. Eu acho isso uma babaquice reconfortante. Tal como a religião, assim posso dizer.

A grande verdade, a meu ver, é: Toda babaquice reconfortante conquista, então quase que instantaneamente fazem sucesso e se transformam em verdades absolutas. É o que, feliz ou infelizmente, ocorreu com essa quote.

Basicamente todos os clichês são grandes mentiras tranqüilizadoras, por isso ficamos tão romanticamente apegados a eles, pois, estando o nosso universo pessoal um caos, são os clichês os responsáveis por nos manter ilusoriamente sãos. E como não querer ter um pouco de paz em meio à guerra particular?

Voltando ao que me trouxe aqui hoje: Qual posicionamento tomar quando somos surpreendidos por uma maçã de Eva? O correto seria ceder à curiosidade, mordendo a maçã a fim de sentir seu proibido sabor? Ou não, de modo que a razão/moral deveria impedir essa fase de breve luxúria e curiosidade, agindo da maneira "correta", ou seja, rejeitando o prazer possivelmente efêmero e improvável?

O que eu, Isadora, irei saber... Dizem por aí que aos dezoito anos estamos sujeitos a errar bastante, praticamente incessantemente. Contudo, isso pode ser tido como um clichê, sendo, então, mais uma mentira tranqüilizadora? Porque se formos parar para analisar essa ideia cambriana, concluiremos que ela foi passada de geração a geração como justificativa para as burrices cometidas pelos adolescentes de todo o mundo.

Sou completamente contra essa ideia de que por sermos adolescentes temos álibi para sermos inconsequentes. Os hormônios não devem tomar o espaço da razão a todo santo momento. Não é porque estamos na tal da flor da idade que temos que ser porras-loucas sedentos por prazer. Se fosse assim, não haveria grandes diferenças entre nós e o restante dos mamíferos.

Nascer, crescer, atingir maturidade sexual, procriar e morrer. É ESSE o ciclo banal a que devemos nos sujeitar? Obviamente, não. Nós temos um elemento X fundamental que o restante dos mamíferos não tem: Consciência, razão, bom senso ou o que você quiser entender como possibilidade de reflexão.

Desse modo, ser adolescente não implica em ser um mero mamífero oco. Para alguns, vale salientar, isso pode ser válido, mas ter isso como uma verdade incontestável é se acomodar nesse clichê que reduz a nós, jovens adolescentes, a crianças com muitos hormônios sexuais e pouca capacidade de reflexão.

É a partir desse tão comentado por mim clichê que emerge o notório estereótipo do adolescente: Pessoa movida por vontades efêmeras, sendo elas geralmente burras, além de ser inconsequente, barulhento e nunca, NUNCA ter razão em nada. Assim como o machismo e o racismo, essa visão reducionista e preconceituosa acerca dos jovens provoca em mim uma sensação de raiva e desgosto.

Bom, queridos leitores e árduos críticos, eu procuro fazer a minha parte, adotando uma postura interessante não só para mim, mas para o mundo em que me meteram sem pedir qualquer consentimento. Vim pra cá não sei pra quê, mas já que vim que não seja em vão. Há quem diga que sou uma eterna idealista, uma sonhadora, inclusive acusam-me, erroneamente, de usar essa maneira "diferente" de refletir para autopromoção (eternas interrogações pro pessoal que pensa assim), mas não acredito que pensar de maneira diferente da escolhida, consciente ou inconscientemente, pela grande maioria das pessoas seja idealizar. Quando a maneira que penso tem consistência, ela passa a ser tida como realista.

Creio que se não nos propormos a pensar o mundo da nossa maneira, seremos meros fantoches de outro alguém que provavelmente usa seu cérebro para algum ideal, seja ele belo ou não. Normalmente, quem usa sua sabedoria para manipular semelhantes como fantoches não tem lá intenções muito altruístas.

Abra os olhos, os ouvidos, a boca, mas não fique imóvel como estátua, ou dançando a música de outro alguém.

Um beijo e um abraço, Isadora, atualmente insone e com muita dor de cabeça.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Adaptando-me à tal da modernidade


A Internet tem um poder acalentador muito forte, justamente pelo fato de ela nos distrair da solidão. Ademais, fico pensando no quanto ela contribuiu para o fortalecimento dos laços intersociais nos dias atuais. Existe uma massa predominante debatendo que ela foi um fator que auxiliou bastante no isolamento das pessoas, uma vez que elas passam a conviver menos com os outros semelhantes e mais com a máquina cibernética. E eu discordo veementemente!

Sim, ela contribui para o isolamento dos indivíduos, mas deve ficar bem claro que esse isolamento é extremamente relativo, visto que a pessoa pode estar em frente ao computador mantendo contato indireto com outra(s) pessoa(s). Contudo, indireto ou não, não deixa de ser uma forma de se relacionar com outrem. Logo, o equilíbrio entre a vida virtual e a vida real é que qualifica o isolamento como sendo preocupante ou relativo.

O uso da Internet, assim como o uso de qualquer coisa, deve ser moderado para que seja saudável. E a moderação vai, obviamente, de cada pessoa. Cada qual com seu limite! É importante salientar que cada um deve se policiar no sentido de ficar atento a essa linha tênue que separa o saudável do preocupante.

Os xiitas cibernéticos sim podem ser citados como exemplos clássicos de vítimas do isolamento devido ao uso abusivo da Internet. Faço questão de reiterar: os excessos foram, são e sempre serão prejudiciais! Uma pessoa que prefere se relacionar com as demais SOMENTE pela Internet, claramente tem probleminhas de relacionamento que devem receber atenção de especialistas. Isso, meus caros leitores, é um fato.

Em suma, o importante a ser ressaltado é que os pais devem ficar atentos à exposição de seus filhos ao computador e também às inúmeras tecnologias que vêm sendo lançadas a todo segundo! Preocupo-me sinceramente quando vejo minhas primas de menos de 15 anos criando perfis em sites de relacionamentos, andando por aí com Iphones/Ifuckingwhatever’s e se orgulhando disso. Para mim, é o fim da picada.

É a partir desse apego exacerbado às mais modernas invenções que ascende o materialismo, que, cai entre nós, só auxilia o pessoal que está por trás, não nós, meros consumidores imbecilizados. Nossas crianças não podem se orgulhar e se sentir superiores porque têm acesso aos celulares que apresentem mais opções criativas de entretenimento. NÃO!

Talvez eu seja uma pessoa demasiadamente arcaica, mas eu sou contra o acesso precoce à tecnologia. Inclusive, a minha geração já trazia um pouco do que podemos observar hoje, isto é, crianças contendo celulares e acessando “Orkut’s” da vida, achando, cegamente, um máximo! Ei, alô, alô, marcianos: a infância tem a ver com a inocência, com a atração instantânea pelo que é simples, não pelo que é inacreditavelmente complicado.

Eu não sei vocês, colegas de geração, mas eu não vou deixar meus filhos terem uma infância materialista e precoce. Não mesmo! Portanto, defendo que vocês tomem consciência do quanto a infância foi banalizada nos dias atuais e tentem resguardar o que havia de belo nesse período, que é, por sua vez, a sua essência.


Isadora C.

domingo, 11 de julho de 2010

Lista de músicas fantásticas!


Franz Ferdinand - Take Me Out
Franz Ferdinand - This Fire
The Kooks - I Want You Back
The Kooks - I Already Miss You
The Kooks - Always Where I Need To Be
The Caesars - Jerk It Out
The Doors - Whiskey Bar
The Doors - Roadhouse Blues
The Kills - Cheap and Cheerful
The Kills - Sour Cherry
The Kills - No Wow
The Strokes - 1251
The Strokes - Reptilia
Arctic Monkeys - Mardy Bum
Arctic Monkeys - A Certain Romance
Arctic Monkeys - Dance Little Liar
Oasis - Don't Go Away
Oasis - Married With Children
Oasis - Supersonic
Radiohead - I might be wrong
Radiohead - Romeo and Juliet
Radiohead - Karma Police
Radiohead - Paranoid Android
Kings Of Leon - 17
Kings Of Leon - California Waiting
Led Zeppelin - Tangerine
Led Zeppelin - Dazed and Confused
Beirut - The Canals Of Our City
Blues Brothers - Sweet Home Chicago
Cat Power - Fool
Cat Power - Free
Coldplay - Things I Don't Understand
Cream - I Feel Free
Cream - White Room
The Beatles - I am The Walrus
Trilha sonora do filme Chicago - And All That Jazz, por Catherine Zeta-Jones
Devendra Banhart - Carmensita
Devendra Banhart - I Do Dig a Certain Girl
Devendra Banhart - Little Yellow Spider
Eddie Vedder - Into The Wild - Long Nights
Eric Clapton - Layla
Eric Clapton - Wonderful Tonight
James Blunt - Wiseman
James Morrison feat. Nelly Furtado - Broken Strings
John Lennon - I'm Losing You
Nancy Sinatra - Bang Bang (My Baby Shot Me Down)
Nancy Sinatra - Sugar Town
Little Richard - Lucille
Little Joy - The Next Time Around
Los Hermanos - Lisbela
Los Hermanos - Primavera
Los Hermanos - Último Romance
Lynyrd Skynyrd - Black Betty
Lynyrd Skynyrd - Sweet Home Alabama
Maroon 5 - She Will Be Loved
Maysa Matarazzo - Demais
Maria Rita - Veja Bem, meu bem
Neil Young - Old Man
Neil Young - Horse With No Name
Rolling Stones - Miss You
Rolling Stones - Paint it Black
Rolling Stones - Gimme Shelter
Rolling Stones - Drift Away
The Beatles - Black Bird
The Beatles - Come Together
The Beatles - Get Back
The Beatles - Revolution
The Beatles - Strawberry Fields Forever
The Beatles - Tomorrow Never Knows
The Verve - Love is Noise
The Verve - Lucky Man
The Verve - Photograph
The Verve - Freshman
The White Stripes - In The Cold Cold Night
The White Stripes - Blue Orchid
The White Stripes - Fell in Love With a Girl
The White Stripes - Conquest
The White Stripes - Dead Leaves and the Dirty Ground
The White Stripes - Pain
The Who - Baba O'Reilly
The Who - My Generation
The Who - The Seeker
The XX - Crystalised

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Fodão merda!



Há alguns minutos, assisti a um episódio do programa "Saia Justa", da GNT, em que o debate em questão era sobre fodões merda. Mas quem seriam esses? Bom, a definição para esse conceito tão esdrúxulo é tão babaca quanto o nome em si, pois se refere àqueles seres arrogantes e prepotentes por natureza, que para se sentirem grandes, tornam menores todos que o rodeiam, quando na verdade eles são apenas pessoas inseguras e insignificantes mascaradas nessa suposta superioridade.

É o que conhecemos popularmente como Complexo de Superioridade. Para escrever um texto bacana, fiz questão de fazer meu dever de casa, pesquisando sobre esse tema tão constante na vida de todos nós, meros mortais, que somos constantemente expostos ao contato, infeliz, diga-se de passagem, com esses fodões merda. Segundo a Wikipédia, mãe dos burros, temos:

"Aqueles que manifestam o complexo de superioridade geralmente projetam seus sentimentos de inferioridade nos outros que percebem como seus inferiores, possivelmente pelas mesmas razões pelas quais podem ter sido colocados em ostracismo, isto é, encarando os outros como 'feios' ou 'estúpidos', e inferiores. Acusações de arrogância e insolência são freqüentemente feitas por outrem quando se referem ao indivíduo que manifesta o complexo de superioridade.



Comportamentos relacionados a este mecanismo podem incluir uma opinião exageradamente positiva do valor e capacidade próprias, expectativas exageradamente altas em objetivos e realizações pessoais e para outrem, vaidade, vestuário extravagante (com o intuito de atrair atenções), orgulho, sentimentalismo e exaltação afetada, convencimento, tendência para desacreditar opiniões alheias, esforços direcionados à dominação daqueles considerados mais fracos ou menos importantes, credulidade e outros."


Ademais, salienta-se sobre os verdadeiros riscos de se conviver com um fodão merda. Como a Maitê Proença comenta, no programa, ela teve um relacionamento de dois anos com um cara que se encaixava nesse perfil, e, por mais que ela gostasse dele, o término foi necessário para que ela pudesse voltar a ter um mínimo de amor próprio. O ex-namorado dela fazia tanta questão de inferiorizá-la a todo momento, que isso foi começando a afetar o modo como ela se enxergava. De fato, ela começou a acreditar na falsa superioridade imposta. E isso, queridos leitores e árduos críticos, é um grande perigo!

Por mais envolvido emocionalmente que alguém esteja não se é permitido aceitar calado os maus tratos psicológicos. Como diz o ditado popular, "quem cala, consente". Se você não se posicionar com um fodão merda, desmoronando sua pretensa superioridade assim que ela se instala você será tratado como um rato. E merecidamente! Quem aceita ser maltratado, infelizmente, merece ser maltratado. Sei que isso soa radical, mas é meu posicionamento. Tudo bem que existem casos e casos, mas o fato é que é imprescindível cortar o mal pela raíz, não deixando que ele prolifere e torne-se virulento!

A convivência contínua com um fodão merda implica nesse combate constante à sua mania de superioridade, caso contrário, você passará a validá-la cegamente. Isto é, passará a acreditar na superioridade intelectual do fodão em detrimento da sua. E isso, nada mais é do que burrice! Sério, parem para raciocinar comigo: se você escuta atentamente aos comentários pseudo-superiores de uma pessoa desse tipo, que fazem questão de menosprezá-lo incessantemente, e não se posiciona, meu querido, você é o mosquito que pousa no cocô do cavalo do bandido! Não merece respeito nenhum!



Desse modo, os fodões merda procuram vítimas assim para sua convivência. Podem notar, um fodão merda se relaciona SEMPRE com uma pessoa cocozenta. Ou a pessoa é mosca morta, daquelas que não abre a boca para falar o que pensa - porque, possivelmente, não pensa-, ou ela é infeliz mesmo, com uma auto-estima praticamente nula. É essa inferioridade por parte do parceiro que sustenta a superioridade do fodão, entendem?

Não obstante, ainda há uma possível solução para os que gostam de alguém presunçoso! Querido, quando ele começar a alfinetar seus gostos, suas opiniões e, até mesmo, seu modo de se vestir, simplesmente pelo fato de não serem iguais aos dele, FALE DE BOCA CHEIA: " Veja bem, meu bem, há tempos venho notando a maneira como você sustenta essa falsa noção de que você é melhor do que eu e do que o resto do mundo. Mas eu te conheço, sei que você usa isso como máscara para disfarçar o verdadeiro desprezo que você sente pela sua identidade. E que, eu passei a sentir também. Assim, proponho que você faça análise ou reflita sobre o quão patético isso soa, não para mim e para o resto do mundo, mas para você. Sério, você é uma piada. O respeito à diversidade, a tolerância e o bom-senso são características de pessoas verdadeiramente inteligentes, o que, de fato, não se encaixa a você...Então, se você quer tanto ser superior, comece a investir nisso, mas sem menosprezar os outros. Tudo bem?".

Sei que essa é uma resposta MUITO forte, possivelmente até prepotente, mas quando se trata de um fodão merda nível 5, acredito que seja a melhor solução. Portanto, querido leitor, ou corte o mal pela raíz, para não ter que fazer um discurso tão duro como esse, ou pule fora. Em suma, desejo que todos saibamos lidar com pessoas arrogantes, de modo que elas não tentem pisar em nós para serem "alguém" na vida. Unidos, colocaremos eles no seu devido lugar. Hahahaha ooooooooooou não.

Um beijo e um abraço, Isadora C.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dig it, babe.


"Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher mil homens, sempre tão gentis
Por isso para o seu bem
Ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem"


Deixe a menina, por Chico Buarque.

domingo, 27 de junho de 2010

Os bonzinhos só se fodem, mas nem sempre.



Bom dia, queridos leitores e árduos críticos de #$%@ nenhuma,

Venho hoje por meio deste tão abandonado canal para dissertar sobre uma temática que se faz presente na vida de qualquer ser humano social: a civilidade, ou educação, cortesia, tanto faz. Acredito que ela muito tem a ver com o quão escrupuloso alguém é, sabendo-se que alguém com escrúpulos é aquele que inibe uma ação por consideração ética ou moral. Às vezes, é desgastante manter a pose de bom samaritano, pois, como reza a lenda, os bonzinhos só se fodem. Pensando nisso, pretendo debater sobre a validade de ser alguém civilizado nos dias atuais, e se ter escrúpulos é compensatório ou não. Tudo isso, é claro, sem qualquer pretensão de falar as verdades globais ou whatever, mas sim as minhas opiniões, já que esse é um blog, não um site midiático de grande circulação.

Enfim, motivada por alguns acontecimentos, fiquei um tanto reflexiva sobre esse tema, afinal, acreditando vocês ou não, faço parte do clube dos bonzinhos e como tal, costumo me ferrar em alguns momentos. Logo de cara, vou dizer o que penso: acredito que ter escrúpulos é fundamental, já que, sem isso seríamos macacos. É muito comum ver conflitos entre pessoas dos dois tipos - escrupulosas e inescrupulosas. Sempre, desde que o mundo é mundo, duas faces da mesma moeda se desentendem, e isso ainda irá perdurar para sempre. Dessa maneira, é necessário pensar em uma forma pacífica de resolver tais conflitos, uma vez que B.O tende a gerar mais B.O, a não ser que alguém quebre o ciclo.




Assim, cabe ao ser mais desenvolvido, intelectualmente falando, cessar esse padrão, pois os macacos, vulgo inescrupulosos, pouco sabem raciocinar, uma vez que agem instintivamente, seguindo sua natureza babaca. Contudo, por mais que eu julgue os seres sem escrúpulos como irracionais, sei que existem alguns inteligentíssimos dessa "espécie", que são sim a espécie mais perigosa da Humanidade. Mas enfim, aqui desejo tratar sobre os imbecis, não sobre os que usam sua inteligência para o mal, como existem tantos por aí afora.

Desde os primórdios, sempre existiram pessoas e pessoas. Havia alguns altruístas, formadores de opinião, defensores dos injustiçados e pacificadores, ao mesmo tempo em que conviviam com eles pessoas egoístas, que só pensam em se dar bem encima dos outros, agindo moral e/ou imoralmente com a finalidade de atingir seus objetivos egocêntricos. Por mais que isso soe extremamente maniqueísta, não é. Enfim, é e não é, pois não quero rotular essa realidade de maneira tão simplista. O fato é que sempre existiram vilões e mocinhos nas sociedades, por mais que TODOS, sem exceção, apresentem aspectos de ambos, sendo, portanto, anti-heróis, a meu ver. Mas não vou aprofundar nisso agora, talvez em outro post eu o faça.

Contudo, para falar sobre todo esse debate, é preciso usar breves rótulos maniqueístas, para que o entendimento sobre o assunto fique mais "palpável". Enfim, pessoas mais observadoras e atentas à realidade social de sua coletividade, observam frequentemente pessoas que mais ou menos podem ser qualificadas ou como mocinhos ou como vilões em determinadas circunstâncias. Mas isso não quer dizer que uma coisa exclua a outra, por exemplo, em uma situação eu posso ser a mocinha, mas em outra eu posso ser a vilã. O ser humano é assim, um paradoxo vivo.




A meu ver, nessas situações-conflito, como já disse anteriormente, cabe ao mais inteligente encontrar uma resolução pacífica. Geralmente, é o bonzinho que assume esse papel, pois consegue abstrair mais, refletir mais, não visando sair pela tangente, como faria o macaquinho do mal. Enquanto o escrupuloso objetiva botar um fim ao B.O., o vilão sem escrúpulos quer mais é botar lenha na fogueira. No entanto, que fique claro, não estou falando que isso é regra, que em todo caso será assim, mas estou especificando uma situação aleatória. De fato, existem bonzinhos conflituosos, mas isso é exceção.

Portanto, como em toda briga alguém tem que ceder, cabe ao mais maduro e bem resolvido acabar com o conflito, de modo que ninguém saia ferido. Dessa maneira, os bonzinhos não irão se foder, tampouco os vilões irão sair ilesos. É como se fosse um sistema de freios e contrapesos, em que, racionalmente, será decidido um modo plausível de cessar fogo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Intensidade mode-on.

"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre."

Gabriel García Márquez, columbiano que me fascina cada vez mais.

"Extremos da Paixão", de Caio Fernando Abreu.



Não, meu bem, não adianta bancar o distante
lá vem o amor nos dilacerar de novo...

Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou "o que foi?" - perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.

Pensando nisso, pensei um pouco depois em Boy George: meu-amor-me-abandonou-e-sem-ele-eu-nao-v… Lembrei de John Hincley Jr., apaixonado por Jodie Foster, e que escreveu a ela, em 1981: "Se você não me amar, eu matarei o presidente". E deu um tiro em Ronald Regan. A frase de Hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. A atitude de Boy George - se não houver algo de publicitário nisso - é a mais linda atitude de amor do século XX. Penso em Werther, de Goethe. E acho lindo.

No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira:compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe,berrando de pavor para o mundo insano,e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó.O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya,ilusão,passatempo.E exigimos o terno do perecível, loucos.



Depois, pensei também em Adèle Hugo, filha de Victor Hugo. A Adèle H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se em símbolo sem face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo" - dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar.

Andei pensando em Adèle H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.

Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, "o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras". E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ser ou não ser, eis a questão



Acredito que ninguém conheça ninguém por inteiro, uma vez que isso seria impossível! Ter conhecimento absoluto de alguém implica em escutar seus pensamentos, entender sua criação, compreender todos os motivos que o levam a agir de determinada maneira, etc. e tal. Sei que isso soa meio óbvio, mas é apenas uma introdução. O que eu pretendo falar é que todos nós só exteriorizamos de nós aquilo que convém. Isto é, expomos para o mundo afora características, pensamentos e particularidades nossas que, de certa maneira, nos orgulhamos. Aqueles chamados "dirty little secrets", guardamos conosco até que seja oportuno expô-los para outrém.

Em suma, conclui-se, portanto, que vocês só conhecem de mim o que eu quero que vocês conheçam. E isso não é válido só para mim, obviamente, mas sim para todas as pessoas do mundo, não importa a faixa etária, a classe social, a etnia, a religião e todos esses afins que complementam um pouco na identidade de cada um.

Assim, não posso deixar de pensar: Seríamos nós falsos por essência? Porque se nós só mostramos um pouco de nós para o mundo, deixando de lado todo o resto que faz de nós quem nós somos de fato, simplesmente por ser mais conveniente, nada mais seríamos do que interesseiros. Ou não? Sei que esse é um debate que vai longe, mas hoje eu pretendo ser concisa, não prolixa.

Fico pensando, se nós deixássemos explícito TUDO o que se passa em nossas cabeças, como será que o mundo seria? A mente humana é cheia de conteúdos que assimilamos ao longo da vida, do nosso contato com o mundo e com os demais indivíduos, então é óbvio que nem tudo que contemos é moralmente ou até socialmente digno. Todos temos pensamentos absurdos, desejos grotescos e idéias insanas que jamais gostaríamos que os outros soubessem ou imaginassem que existem.

Será que o grande segredo do sucesso (no que diz respeito aos relacionamentos entre pessoas) é esse ocultamento que fazemos? Esse filtramento de informações, que nos permite "jogar fora" ou "esconder" aquilo que não merece ganhar notoriedade? Será que ao expor apenas uma parte de nossa essência nós não estamos sendo falsos, mas sim inteligentes? Acredito que sim. Não penso que seja falsidade guardar um pouco de nós para nós mesmos. Isso é objetividade, malandragem, BOM-SENSO.

Não é porque algo existe para mim, que deve existir para você. Devemos lidar com as pessoas de forma consciente e cuidadosa, pois o que talvez seja ofensivo, engraçado e bacana para você não seja para mim. Como uma amiga minha, por exemplo. Ela DE-TES-TA piadinhas sarcásticas de humor negro, portanto, em sua presença, eu não faço nenhuma, por mais que eu não veja absolutamente nenhum problema em fazê-las com outras pessoas. Trata-se de uma conveniência coletiva, não individual, ou seja, é imprescindível para o equilíbrio da vida em sociedade.

Por hoje é só, queridos. Um beijo e um abraço, Isadora C.

sábado, 29 de maio de 2010

Ostentar para quê?


Boa noite, caros leitores e críticos,

Venho hoje para dissertar sobre algo muito presente nos dias atuais, mas que existe desde os tempos em que éramos primatas, por se tratar de um fenômeno tipicamente social: a ostentação (alarde de riquezas, atos ou qualidades próprias; exibição vaidosa). Bom, esse hábito tornou-se bastante visível entre todos os mais diversificados grupos sociais, por mais que seja algo implícito nas sociedades.

Existem pessoas assumindo a prática desse péssimo hábito com a boca cheia, como se fosse algo positivo e bacana, enfim, algo de se orgulhar. Muito, mas muito pelo contrário! Penso que as pessoas que agem de maneira ostentatória são, sobretudo, inseguras com relação a si mesmas. É a tal da auto-afirmação, se me permitem dizer.

Certa vez, li em algum site uma definição genial sobre a vaidade, o que está intimamente ligado à prática da ostentação, portanto, acho digno postar um trechinho aqui: "A vaidade é um desejo superlativo de chamar a atenção, ou a presunção de ser aplaudido e reverenciado perante os outros. É a ostentação dos que procuram elogios, ou a ilusão dos que querem ter êxito diante do mundo e não dentro de si mesmos. Não nos referimos ao esmero na maneira de andar, falar, vestir ou se enfeitar, saudáveis e naturais, mas ao estado íntimo do indivíduo vaidoso, ou seja, o que está por baixo do interesse dessa exibição e dessa necessidade de ser visto, a ponto de falsificar a si mesmo para chamar a atenção."

Em tempos marcados pela concorrência predatória, pela necessidade de transformação constante do status quo, em que os principais valores, enfim, os que imperam nas sociedades são a APARÊNCIA e o PODER, não poderíamos esperar práticas superiores ou melhores que a ostentação. Esta consiste em um reflexo nu e cru da realidade a que estamos inseridos. Contudo, não são todas as pessoas que conservam valoração a esses valores podres típicos de uma mentalidade imediatista e capitalista. Graças ao bom senso de alguns, questiona-se sobre a validade desses "valores", através da consideração do que realmente é importante e também da crítica, lógico. E como crítica, meus caros, não entendam a teoria, mas a prática. Pessoas agindo conforme acreditam, não apenas pregando ladainhas, sendo hipócritas.

É importante salientar, porém, que por mais que meu discurso soe esquerdista, com tendências socialistas, ele não é. Faço uma crítica aos que tornam o capitalismo imbecil, não ao sistema em si. Tornar o sistema imbecil consiste em converter algumas de suas práticas fundamentais em valores de vida. Isso, queridos, é patético! A vida econômica não pode ser expandida à vida como um todo! Assim, seríamos resumidos à classe social que nos inserimos, aos bens que possuímos, ao trabalho que executamos, o que é pura FICÇÃO. Somos, OBVIAMENTE, muito mais do que isso. Todos nós temos nosso eu-interior, subjetivo, repleto de aflições e desejos íntimos e que vão muito além do que está situado no plano material.



Voltemos, então, ao que motivou esse texto, né, a ostentação. Enfim, através de um exame analítico (hahaha observar é viver, ma friends) da sociedade em que vivo, notei que este hábito vem conquistando praticantes nos mais diversificados setores. É possível ver pessoas dos mais diferentes tipos, das mais diferentes classes, sendo exibicionistas, vaidosas e materialistas. É um tal de querer se mostrar para os outros tão intenso que chega a provocar repulsa!

No entanto, isso fez com que eu me lembrasse do Reino Animal. Qualquer especialista em qualquer espécie de animal sabe dizer que na época de acasalamento o macho eleito como o mais "atraente" para as fêmeas é aquele que exibe seus dotes da maneira certa, de modo que ele passe a impressão que será um bom pai para seus filhos, no sentido biológico, é claro, passando genes bons. Obviamente, tal comportamento não é social, mas sim instintivo. Até a mais ignorante das pessoas sabe que os animais (a grande maioria deles) são irracionais. Desse modo, instaurou-se uma incógnita na minha cabeça: será que a ostentação é algo criado nas sociedades humanas ou é algo inato, instintivo, como se observa no Reino Animal?!

Adotando a primeira hipótese como verdadeira, questiono: Sendo, então, um fenômeno originário nas relações intersociais, como podemos fazer com que ele desapareça, já que ele não traz NENHUM benefício à sociedade como um todo ou até mesmo ao próprio praticante? Bom, queridos leitores e árduos críticos, é exatamente aí que mora o problema. E que problema! Alterar algo que está enraizado à sociedade, valorado e praticado por uma grande parcela de membros, é muito difícil, praticamente impossível. Portanto, deveria partir da consciência de cada um, mediante um exame crítico, que este é um mau hábito, e que, como tal, deve ser extinto.

Não obstante, adotando a segunda hipótese como verdadeira, pergunto a vocês, interessados no assunto: A ostentação como forma de exibição inata, com a finalidade de se atingir fins biológicos (hahahaha ou não, hein #ficadica) deve ser conservada no plano social? Isto é, por ser algo intrínseco a nós, deve continuar existindo? Acredito eu, que não. Existem inúmeros e incontáveis instintos humanos que se não fossem podados, fariam da vida em sociedade um tremendo caos. Não estou sugerindo que o hábito de ostentar seja perigoso, mas é óbvio que ele não é benéfico.

Particularmente, eu adoto uma postura anti-materialismo muito forte em minha vida. Só faço compras quando necessário (apesar de ser uma grande fã da moda, afinal, não deixa de ser uma expressão artística fantástica e extremamente atrativa, acho que certas pessoas usam dela para esbanjar dinheiro, não bom gosto - da mesma forma como existem pessoas que simplesmente vestem o que lhes faz bem, mas não são essas que eu critico aqui); não gosto de materiais tecnológicos de última geração, por exemplo, para mim um celular que tenha teclas e possa telefonar já basta, não precisa trazer em si mil e uma utilidades, já que, em tese, é um telefone. Ademais, defendo o gasto do tão aclamado din-din em coisas úteis e/ou que tragam retorno emocional. Como é o caso dos amantes da culinária japonesa que, por mais que a considerem caríssima, não abrem mão de gastar dinheiro com ela, já que ela proporciona satisfação.

Em suma, proponho a todos nós que sejamos adeptos ao desapego material. Acredito e espero que a vida seja muito mais do que só isso que nos é acessível. Devemos valorizar o que faz de nós humanos, não cabides materialistas. Cultivamos relações intensas com seres inanimados e deixamos de lado nossos semelhantes. Não estou falando que devemos virar hippies e cuspir em tudo aquilo que provenha do dinheiro, mas sim que DEVEMOS mudar um pouco nossas atitudes, afinal, a vida é uma só e devemos vivê-la da maneira mais bacana possível, pois quando menos esperarmos, ela acabará.

Enfim, é importante valorizar o que de fato é digno de ser valorizado, como é o caso do amor ao próximo, da solidariedade, da generosidade, da Natureza (que tanto desvalorizamos e desprezamos, burros que somos), das peripécias simples da vida, etc.
Esbanjar um Iphone/Ipod/Ifuckingwhatever, um carrão zero, uma roupa de marca não te fazem melhor que ninguém, muito menos te tornam alguém admirável. O que fará com que você seja alguém respeitável e phoda serão as suas atitudes, sua personalidade o seu "eu-interior" exteriorizado, não essas baboseiras. Mas se você andar com antas materialistas, realmente, você será O cara se ostentar todos esses itens e mais outros. Se você não faz questão de refletir sobre esse tema, procure seus semelhantes e seja feliz, afinal, estou LOOOOOOOOONGE de ser a dona de qualquer razão, apenas expresso minha opinião. Vai que eu estou enganada, né?

Um beijo e um abraço, Isadora C.

sábado, 8 de maio de 2010

É possível


Ao mesmo tempo em que existem pessoas imprescindíveis em nossas vidas, existem aquelas descartáveis. Sabe? Aquelas pessoas que não acrescentam absolutamente nada, que são desagradáveis, que quando abrem a boca só sabem falar asneiras? Pois bem, esse gênero humano é muito comum. A cada esquina existe uma pessoa descartável. Onde quer que elas passem, não fazem diferença, não se destacam, uma vez que quase ninguém tem paciência com elas, pois reconhecem a sua inutilidade.

Difícil mesmo é encontrar alguém que seja imprescindível, autêntico e único. Aquele tipo de pessoa que tem uma entrada avassaladora em nossas vidas, que chega chegando, marcando presença. Não falo no sentido amoroso, mas em um sentido mais amplo. Enquanto aquele gênero é desprezível, este é maravilhoso. Pessoas desse naipe são as que deixam marcas em nós, seja por uma atitude, seja por uma conversa, mas que de fato ficam impregnadas em nossas memórias para sempre. Essas pessoas promovem questionamentos em nossas mentes, que, na maior parte das vezes, fazem-nos crescer.

Penso que todos deveriam ser imprescindíveis para alguém, ao mesmo tempo em que devemos ter alguém imprescindível para nós. Esse assunto me faz pensar na letra "Reptilia", dos Strokes, por mais que não tenha taaaaaanto a ver. Em suma, acredito que devemos fazer com que nossa passagem nesse mundo seja impactante, pois como diz o ditado, a vida é uma só e devemos vivê-la intensamente. Não devemos ser só mais um, devemos ser UM! Quem entende, entende, quem não entende, um dia entenderá. E, diga-se de passagem, quando digo viver intensamente não quero dizer imprudentemente. Viver intensamente é ser fiel às suas vontades, se jogando de cabeça no que acredita, por mais que tenha medo. Odeio adolescentezinho metido a besta que faz coisas imbecis se justificando que a vida é uma só. Grow fucking up, asshole!



"Qualquer coisa que você faça será insignificante, mas é importante que você faça", dizia o grande guru de todos os tempos Mahatma Gandhi. Às vezes ficamos com receio de fazer certas coisas, com medo da tal da reação. Já dizia aquela lei da física que toda ação tem uma reação igual, mas no sentido contrário, não é? Então, sem a reação a ação seria acessória. É importante que exista a reação, pois é ela quem dá sentido à ação. É difícil dizer "ah, faça o que tem vontade sem se importar com as consequências", pois isso não existe. Todos, uns mais, outros menos, se importam com as consequências de seus atos. Isso é um fato!

Sempre têm aqueles que bancam os inconsequentes, não é? Mas no fundo, nem que seja bem no fundo, eles se importam sim, pelo menos se eles forem humanos. No mais, conclui-se que a reação é uma extensão da ação, portanto desconsiderar sua importância é burrice. Mas pior que desconsiderar sua importância, é reconhecê-la, mas temê-la. Assim, por ter tanto medo da reação, deixa-se de fazer a ação. Esse, a meu ver, é o maior B.O. de todos os tempos!

Enfim, o que eu quero defender aqui é que todos nós devemos nos orgulhar de quem somos, pois não existe ninguém, absolutamente ninguém igual a nós. Por mais que o plágio exista, nós somos únicos, portanto devemos honrar isso sendo sempre o melhor que podemos ser de nós. Mas honrar isso não quer dizer ser o melhor de nós para nós, muito pelo contrário, implica em ser o melhor que podemos ser para o mundo! Devemos influenciar vidas, promover mudanças e nos tornar imprescindíveis. Quem vive para dentro não vive, vegeta.



Por mais que a nossa geração seja conhecida pela sua preguiça e falta de engajamento, está em tempo de transformar esse quadro. Está em tempo, inclusive, de crescermos. Ser jovem não quer dizer ser imbecil! Somos grandes atores nesse grande espetáculo que é a vida, então, questiono: quem quer ser protagonista? Às vezes ficamos acomodados com um papel insignificante, coadjuvante, quando poderíamos ser grandes! Imagine só se todo mundo topasse ser imprescindível? Que maravilha viver! O mundo estaria livre dos parasitas descartáveis e inúteis.

Bom, meus caros e ilustríssimos leitores, convido vocês a serem grandes. Vamos ser a mudança que almejamos ver, vamos causar impactos nas vidas dos outros, vamos fazer do mundo o nosso palco. Pra você que gosta de causar no mau sentido (querendo aparecer, "dar uma de doidão", etc. e tal) um recado: GROW UP! Para você que fuma porque acha bonito e rebelde, para você que usa drogas para ser aceito e visto como "cool", para você que acha que pensar em si próprio é filosofia de vida, eu digo que ainda dá tempo de mudar. Se você achar que bom mesmo é ser assim, só lamento.