sábado, 31 de agosto de 2013

Liberdade é mito

A liberdade absoluta é um mito. Todos somos reféns das nossas imperativas necessidades fisiológicas, irrefreáveis hormônios e sentimentos que nos fogem ao controle. Uns mais, outros menos, mas estamos todos aprisionados de alguma forma.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

To fuck or not to fuck.

Há alguns anos, tenho observado uma significativa alteração no padrão social imposto àqueles que, por anedota da vida ou por mero exercício do livre-arbítrio, optaram por levar uma "vida de solteiro" (fase da poligamia sexual e afetiva). A solteirice contemporânea é um quadro que desperta certa curiosidade em minha pessoa e, portanto, tentarei tecer algumas considerações a respeito, no desiderato de analisar alguns dos paranauês relativos a esta complexa, porém deliciosa temática. Nessa senda, insta salientar a visualização de uma verdadeira guerra conceitual entre o "superado" moralismo tradicionalista do passado e discursos fazendo verdadeira ode à plena manifestação da liberdade sexual, objeto de árduas batalhas no passado e sem a qual jamais teríamos os privilégios e a relativa autonomia da qual gozamos nos dias atuais (perdoem-me o trocadilho, hehe). No entanto, o que já representou intenso engajamento político virou, em grande parte das vezes, mera banalização do corpo e do ato sexual em si. Os excessos traduzindo-se em verdadeira libertinagem sexual, algo que um filósofo russo contemporâneo fez menção em uma entrevista à Folha, no ano passado: a tal "etiqueta pós-moderna permissiva e pragmática em relação ao sexo". Hoje em dia transar é algo tão banal, previsível, presumido, recomendado e vendido pela mídia, que toda aquela lenga-lenga romantiquinha da conquista foi perdendo força, paulatinamente. Trata-se, pois, da revolucionária desmitificação do sexo enquanto tabu. Como resultado desse pragmatismo contemporâneo em relação à temática em comento, emergem desesperados movimentos tentando re-implantar a caretice machista de outrora e, sob outra ótica, como resposta, discursos neo-feministas reafirmando o conceito de liberdade plena do corpo; a defender, basicamente, o divino direito ao gozo, amém. Trata-se do grito da matéria, da imperativa necessidade de dar a devida atenção às necessidades do corpo, que nos são inerentes, desvinculando-se da famosa culpa cristã, fortemente arraigada no (in)consciente coletivo desde a Idade das Trevas. Assim sendo, nascem diversos questionamentos, tais como: Por que não dar voz aos anseios da pele? A reprovação social no tange à poligamia sexual, desenfreada ou não, merece respaldo? A resposta pode parecer óbvia, mas não é tão simplista e imediata quanto aparenta. Todavia, defendo no presente texto a LIBERDADE PLENA À ESCOLHA. Há uma rivalidade brutal entre as duas vertentes ideológicas, em que cada uma ridiculariza a outra com escopo de impor-se e vencer, por fim, o debate. Pode parecer uma colocação polêmica e até mesmo retrógrada, mas defendo aqui o debate, não a vitória; o RESPEITO, e não a hostilidade. O livre-arbítrio deve guiar as escolhas de cada um e resta a nós praticar o difícil exercício de procurar não julgar. A felicidade é o axioma máximo da vida e devemos procurá-la das infinitas maneiras que nos forem particulares e plausíveis. Vejo moderninho zuando religioso celibatário; crente desmerecendo os sexualmente ativos, e por aí vai, numa rixa sem fim. Em suma, minha mensagem é: escolha o que te faz feliz, assuma as consequências de seus atos com responsabilidade e procure se relacionar com quem pactue da sua crença, pois viver em pé de guerra é a maior das penitências. Mais paz de espírito e menos guerra psicológica, por favor. Entristece-me, e muito, quem se deixa guiar por pensamentos mastigados e depois vive amargurado com a repercussão da escolha. Aquele que quer bancar o fodalhão modernex e come geral apenas pra se reafirmar e lograr verdadeiro êxito social, sustentando o desapego, mas no íntimo é a própria Juju carente (jogue no Youtube); ou, noutro giro, aquele que carrega uma imensurável culpa por nutrir em si desejos de ordem sexual e sequer pratica sexo ou a boa e velha masturbação. O lance, meus caros, é desprender-se de terceiros e imergir-se nos íntimos anseios da alma, visando atender àquilo que lhe faz bem, que não representa um pesado fardo, que, no final das contas, você carregará sozinho. As máscaras são desgastantes e acabam com toda a graça, haja vista o fato de não representarem nossa real faceta. Quando a máscara cai, A CASA CAI JUNTO, parceiro. Poupe-se desse desmoronamento e viva de acordo com suas regras e crenças, sem rivalizar gratuitamente sem embasamento algum.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A hostilidade do universo feminino

A hostilidade própria do universo feminino é um complexo fenômeno que desperta a minha curiosidade há bastante tempo, haja vista a forma intensa com que observo nas relações entre pessoas e, por conseguinte, pelo forte incômodo que me gera dada tamanha proporção. Refiro-me, pois, à guerra presumida que as mulheres travam entre si, num círculo vicioso de competição, sabotagem, falsidade e desdém gratuito, que denigre (e muito) a todas nós como gênero, dando ensejo à criação de infinitos estereótipos femininos que DEVEM desaparecer tão logo quanto possível. Logo no início da minha puberdade, fase em que as garotas dão início à predatória competição que as acompanhará até o resto de seus dias, aprendi da mais dolorosa forma como o mundo das mulheres pode beirar ao insuportável em certas ocasiões. Destarte, correndo o risco de parecer fula, sustentarei um perigoso raciocínio que possui a finalidade precípua de tentar compreender o motivo pelo qual nós, mulheres, construímos essas barreiras entre nós, de maneira praticamente automática e, por que não, inconsciente? Ora, tornamo-nos inimigas de todas aquelas que representem, de alguma forma, uma ameaça à “nossa zona de conforto social”. Algo tão primitivo e instintivo, que me induz à embarcar na noção do Darwinismo, obviamente adaptado à situação concreta em comento (realizo, portanto, uma analogia entre a teoria evolucionista e o mata-mata-social entre a mulherada). Com efeito, seriam as mulheres mais discretamente predatórias, sagazes e sutis, as mais aptas a obter sucesso nas suas relações? A raíz da rivalidade, portanto, seria uma intimidação, um temor pela possível perda do status? Aquela interessante moça mais nova, recém integrada ao coeso círculo de amigos incomoda, desperta um imediato desprezo, que você jamais dirá tratar-se de recalque...Você reconhece seu próprio valor, orgulha-se de ser quem é; porém, por que cargas d’água sua paz de espírito é abalada com a chegada da pirralha metida à amiguinha da galera? Assim, emergem os constantes falatórios... As veiacas, sem qualquer razão aparente, “não vão com a cara” porque “o santo não bateu” e outras infinitas desculpinhas mais, de modo a rejeitarem a pobre rapariga - que às vezes pode, de fato, ser uma filha da puta, diga-se de passagem-, tão sutilmente que a larga maioria não notaria. A sutileza a que me refiro é aquela antiga filosofia mafiosa do “mantenha por perto seus inimigos”, e disso decorrem lastimáveis e infantis situações, que exemplificam com maestria a hostilidade do universo feminino. Entre os homens isso é RARÍSSIMO, por mais sexista que tal afirmação possa parecer. A explicação para o cretino fenômeno em baila é algo que ainda não consigo compreender. Talvez morra sem entender, afinal, existe bicho mais complicado que mulher?

sábado, 10 de agosto de 2013

Amadurecimento necessário da alma

O paradoxo existencial: a intensa pressa em viver tudo que há para ser vivido e, em contrapartida, o medo em fazê-lo. Temor este que existe de maneira tímida, discreta, quase imperceptível, mas que possui papel fundamental na máquina direcionadora das condutas do indivíduo. Costumo falar que o maior e mais difícil defeito humano de ser perdoado é o egoísmo... No entanto, o que mais me incomoda, de fato, (e, portanto, o que mais enxergo em mim) é o tal do MEDO, posto sempre estar nos bastidores das maiores decepções e frustrações nas relações entre pessoas. Pelo medo deixa-se de viver ou vive-se de maneira insatisfatória, incompleta, comedida, previsível, SEGURA. Corajosos aqueles que ousam, arriscando-se mesmo quando o temor assombra feito uma voz no pé do ouvido, desencorajando-nos e incentivando à estadia na zona de conforto. Posto isso, o grande propósito da vida é o amadurecimento da alma, a meu ver. Amadurecer tem a ver com desprender-se de vícios comportamentais que nos atrasam, obviamente, e é justamente aí que reside a maior dificuldade. Desapegar-se de comportamentos que nos são automáticos, próprios da nossa natureza – instintivos, quase -, em nome de uma evolução espiritual. A brincadeira da vida não se resume a nascermos, procriarmos, morrermos e fim. Muitas vezes observo uma acomodação generalizada nos equívocos (nossos próprios e alheios a nós), que carinhosamente chamo de MIMIMI. Trata-se do abismo da lamentação, inconformidade, vitimização e a imperativa necessidade de atribuição de culpa a alguém, como se a contextualização maquiavélica (bom x mal, certo x errado) da situação fosse trazer paz de espírito efetiva. Ademais, defendo a ideia de ser imprescindível, no mínimo, tirarmos algum proveito das decepções vivenciadas, ou seja, aprendermos algo que possa auxiliar na evolução da alma, caso contrário, QUE VIDA DE MERDA, não?!
Nos meus poucos vinte e um anos de existência terrena, levo uma lição como certa: conforme os anos se passam, a coisa só piora. Contudo, não sejamos pessimistas, pois estar vivo é um presente. Enfim, observa-se na prática, como reação imediata a uma bela rasteira da vida, muitos jogos, competição, disputa de egos, retaliações e por aí vai. Nessa senda, concluo que a vaidade e o medo possuem relação íntima e desta surgem os maiores atrasos de vida. Estamos todos suscetíveis a nos tornarmos vítimas da passionalidade que há no íntimo de cada um; Os sentimentos podem levar qualquer pessoa sã à insanidade num piscar de olhos. Entretanto, como diria Dostoiévski: “Nada é mais fácil do que censurar um malfeitor. Nada mais difícil do que entendê-lo.”. Por mais que a minha fé na Humanidade diminua com o decorrer do tempo, acredito que ninguém é 100% bom ou ruim, de maneira simplória, como na ficção. A vida é deveras complexa e está aí para ser vivida em sua plenitude, o que implica em fazermos, por vezes, o impensado, pecando das mais variadas formas e nos arrependendo posteriormente, em algumas situações. Em suma, tenhamos empatia com o próximo, vez que somos todos mais parecidos do que desejamos enxergar e menos imprevisíveis e únicos como almejamos ser. É imperioso se jogar no mundo sem temer que ele te ferre, pois, afinal, ELE TE FERRARÁ INDEPENDENTE DISSO. Já dizia Kurt Cobain baixo astral que ninguém morre virgem, pois a vida fode a todos igualmente. A zona de conforto é um MITO e a magia está fora dela, por mais clichê que isso soe. Porém, não é preciso se afobar. Como canta o delicioso e brilhante Chico Buarque: “Não se afobe, não que nada é pra já.”.