sábado, 29 de maio de 2010

Ostentar para quê?


Boa noite, caros leitores e críticos,

Venho hoje para dissertar sobre algo muito presente nos dias atuais, mas que existe desde os tempos em que éramos primatas, por se tratar de um fenômeno tipicamente social: a ostentação (alarde de riquezas, atos ou qualidades próprias; exibição vaidosa). Bom, esse hábito tornou-se bastante visível entre todos os mais diversificados grupos sociais, por mais que seja algo implícito nas sociedades.

Existem pessoas assumindo a prática desse péssimo hábito com a boca cheia, como se fosse algo positivo e bacana, enfim, algo de se orgulhar. Muito, mas muito pelo contrário! Penso que as pessoas que agem de maneira ostentatória são, sobretudo, inseguras com relação a si mesmas. É a tal da auto-afirmação, se me permitem dizer.

Certa vez, li em algum site uma definição genial sobre a vaidade, o que está intimamente ligado à prática da ostentação, portanto, acho digno postar um trechinho aqui: "A vaidade é um desejo superlativo de chamar a atenção, ou a presunção de ser aplaudido e reverenciado perante os outros. É a ostentação dos que procuram elogios, ou a ilusão dos que querem ter êxito diante do mundo e não dentro de si mesmos. Não nos referimos ao esmero na maneira de andar, falar, vestir ou se enfeitar, saudáveis e naturais, mas ao estado íntimo do indivíduo vaidoso, ou seja, o que está por baixo do interesse dessa exibição e dessa necessidade de ser visto, a ponto de falsificar a si mesmo para chamar a atenção."

Em tempos marcados pela concorrência predatória, pela necessidade de transformação constante do status quo, em que os principais valores, enfim, os que imperam nas sociedades são a APARÊNCIA e o PODER, não poderíamos esperar práticas superiores ou melhores que a ostentação. Esta consiste em um reflexo nu e cru da realidade a que estamos inseridos. Contudo, não são todas as pessoas que conservam valoração a esses valores podres típicos de uma mentalidade imediatista e capitalista. Graças ao bom senso de alguns, questiona-se sobre a validade desses "valores", através da consideração do que realmente é importante e também da crítica, lógico. E como crítica, meus caros, não entendam a teoria, mas a prática. Pessoas agindo conforme acreditam, não apenas pregando ladainhas, sendo hipócritas.

É importante salientar, porém, que por mais que meu discurso soe esquerdista, com tendências socialistas, ele não é. Faço uma crítica aos que tornam o capitalismo imbecil, não ao sistema em si. Tornar o sistema imbecil consiste em converter algumas de suas práticas fundamentais em valores de vida. Isso, queridos, é patético! A vida econômica não pode ser expandida à vida como um todo! Assim, seríamos resumidos à classe social que nos inserimos, aos bens que possuímos, ao trabalho que executamos, o que é pura FICÇÃO. Somos, OBVIAMENTE, muito mais do que isso. Todos nós temos nosso eu-interior, subjetivo, repleto de aflições e desejos íntimos e que vão muito além do que está situado no plano material.



Voltemos, então, ao que motivou esse texto, né, a ostentação. Enfim, através de um exame analítico (hahaha observar é viver, ma friends) da sociedade em que vivo, notei que este hábito vem conquistando praticantes nos mais diversificados setores. É possível ver pessoas dos mais diferentes tipos, das mais diferentes classes, sendo exibicionistas, vaidosas e materialistas. É um tal de querer se mostrar para os outros tão intenso que chega a provocar repulsa!

No entanto, isso fez com que eu me lembrasse do Reino Animal. Qualquer especialista em qualquer espécie de animal sabe dizer que na época de acasalamento o macho eleito como o mais "atraente" para as fêmeas é aquele que exibe seus dotes da maneira certa, de modo que ele passe a impressão que será um bom pai para seus filhos, no sentido biológico, é claro, passando genes bons. Obviamente, tal comportamento não é social, mas sim instintivo. Até a mais ignorante das pessoas sabe que os animais (a grande maioria deles) são irracionais. Desse modo, instaurou-se uma incógnita na minha cabeça: será que a ostentação é algo criado nas sociedades humanas ou é algo inato, instintivo, como se observa no Reino Animal?!

Adotando a primeira hipótese como verdadeira, questiono: Sendo, então, um fenômeno originário nas relações intersociais, como podemos fazer com que ele desapareça, já que ele não traz NENHUM benefício à sociedade como um todo ou até mesmo ao próprio praticante? Bom, queridos leitores e árduos críticos, é exatamente aí que mora o problema. E que problema! Alterar algo que está enraizado à sociedade, valorado e praticado por uma grande parcela de membros, é muito difícil, praticamente impossível. Portanto, deveria partir da consciência de cada um, mediante um exame crítico, que este é um mau hábito, e que, como tal, deve ser extinto.

Não obstante, adotando a segunda hipótese como verdadeira, pergunto a vocês, interessados no assunto: A ostentação como forma de exibição inata, com a finalidade de se atingir fins biológicos (hahahaha ou não, hein #ficadica) deve ser conservada no plano social? Isto é, por ser algo intrínseco a nós, deve continuar existindo? Acredito eu, que não. Existem inúmeros e incontáveis instintos humanos que se não fossem podados, fariam da vida em sociedade um tremendo caos. Não estou sugerindo que o hábito de ostentar seja perigoso, mas é óbvio que ele não é benéfico.

Particularmente, eu adoto uma postura anti-materialismo muito forte em minha vida. Só faço compras quando necessário (apesar de ser uma grande fã da moda, afinal, não deixa de ser uma expressão artística fantástica e extremamente atrativa, acho que certas pessoas usam dela para esbanjar dinheiro, não bom gosto - da mesma forma como existem pessoas que simplesmente vestem o que lhes faz bem, mas não são essas que eu critico aqui); não gosto de materiais tecnológicos de última geração, por exemplo, para mim um celular que tenha teclas e possa telefonar já basta, não precisa trazer em si mil e uma utilidades, já que, em tese, é um telefone. Ademais, defendo o gasto do tão aclamado din-din em coisas úteis e/ou que tragam retorno emocional. Como é o caso dos amantes da culinária japonesa que, por mais que a considerem caríssima, não abrem mão de gastar dinheiro com ela, já que ela proporciona satisfação.

Em suma, proponho a todos nós que sejamos adeptos ao desapego material. Acredito e espero que a vida seja muito mais do que só isso que nos é acessível. Devemos valorizar o que faz de nós humanos, não cabides materialistas. Cultivamos relações intensas com seres inanimados e deixamos de lado nossos semelhantes. Não estou falando que devemos virar hippies e cuspir em tudo aquilo que provenha do dinheiro, mas sim que DEVEMOS mudar um pouco nossas atitudes, afinal, a vida é uma só e devemos vivê-la da maneira mais bacana possível, pois quando menos esperarmos, ela acabará.

Enfim, é importante valorizar o que de fato é digno de ser valorizado, como é o caso do amor ao próximo, da solidariedade, da generosidade, da Natureza (que tanto desvalorizamos e desprezamos, burros que somos), das peripécias simples da vida, etc.
Esbanjar um Iphone/Ipod/Ifuckingwhatever, um carrão zero, uma roupa de marca não te fazem melhor que ninguém, muito menos te tornam alguém admirável. O que fará com que você seja alguém respeitável e phoda serão as suas atitudes, sua personalidade o seu "eu-interior" exteriorizado, não essas baboseiras. Mas se você andar com antas materialistas, realmente, você será O cara se ostentar todos esses itens e mais outros. Se você não faz questão de refletir sobre esse tema, procure seus semelhantes e seja feliz, afinal, estou LOOOOOOOOONGE de ser a dona de qualquer razão, apenas expresso minha opinião. Vai que eu estou enganada, né?

Um beijo e um abraço, Isadora C.

sábado, 8 de maio de 2010

É possível


Ao mesmo tempo em que existem pessoas imprescindíveis em nossas vidas, existem aquelas descartáveis. Sabe? Aquelas pessoas que não acrescentam absolutamente nada, que são desagradáveis, que quando abrem a boca só sabem falar asneiras? Pois bem, esse gênero humano é muito comum. A cada esquina existe uma pessoa descartável. Onde quer que elas passem, não fazem diferença, não se destacam, uma vez que quase ninguém tem paciência com elas, pois reconhecem a sua inutilidade.

Difícil mesmo é encontrar alguém que seja imprescindível, autêntico e único. Aquele tipo de pessoa que tem uma entrada avassaladora em nossas vidas, que chega chegando, marcando presença. Não falo no sentido amoroso, mas em um sentido mais amplo. Enquanto aquele gênero é desprezível, este é maravilhoso. Pessoas desse naipe são as que deixam marcas em nós, seja por uma atitude, seja por uma conversa, mas que de fato ficam impregnadas em nossas memórias para sempre. Essas pessoas promovem questionamentos em nossas mentes, que, na maior parte das vezes, fazem-nos crescer.

Penso que todos deveriam ser imprescindíveis para alguém, ao mesmo tempo em que devemos ter alguém imprescindível para nós. Esse assunto me faz pensar na letra "Reptilia", dos Strokes, por mais que não tenha taaaaaanto a ver. Em suma, acredito que devemos fazer com que nossa passagem nesse mundo seja impactante, pois como diz o ditado, a vida é uma só e devemos vivê-la intensamente. Não devemos ser só mais um, devemos ser UM! Quem entende, entende, quem não entende, um dia entenderá. E, diga-se de passagem, quando digo viver intensamente não quero dizer imprudentemente. Viver intensamente é ser fiel às suas vontades, se jogando de cabeça no que acredita, por mais que tenha medo. Odeio adolescentezinho metido a besta que faz coisas imbecis se justificando que a vida é uma só. Grow fucking up, asshole!



"Qualquer coisa que você faça será insignificante, mas é importante que você faça", dizia o grande guru de todos os tempos Mahatma Gandhi. Às vezes ficamos com receio de fazer certas coisas, com medo da tal da reação. Já dizia aquela lei da física que toda ação tem uma reação igual, mas no sentido contrário, não é? Então, sem a reação a ação seria acessória. É importante que exista a reação, pois é ela quem dá sentido à ação. É difícil dizer "ah, faça o que tem vontade sem se importar com as consequências", pois isso não existe. Todos, uns mais, outros menos, se importam com as consequências de seus atos. Isso é um fato!

Sempre têm aqueles que bancam os inconsequentes, não é? Mas no fundo, nem que seja bem no fundo, eles se importam sim, pelo menos se eles forem humanos. No mais, conclui-se que a reação é uma extensão da ação, portanto desconsiderar sua importância é burrice. Mas pior que desconsiderar sua importância, é reconhecê-la, mas temê-la. Assim, por ter tanto medo da reação, deixa-se de fazer a ação. Esse, a meu ver, é o maior B.O. de todos os tempos!

Enfim, o que eu quero defender aqui é que todos nós devemos nos orgulhar de quem somos, pois não existe ninguém, absolutamente ninguém igual a nós. Por mais que o plágio exista, nós somos únicos, portanto devemos honrar isso sendo sempre o melhor que podemos ser de nós. Mas honrar isso não quer dizer ser o melhor de nós para nós, muito pelo contrário, implica em ser o melhor que podemos ser para o mundo! Devemos influenciar vidas, promover mudanças e nos tornar imprescindíveis. Quem vive para dentro não vive, vegeta.



Por mais que a nossa geração seja conhecida pela sua preguiça e falta de engajamento, está em tempo de transformar esse quadro. Está em tempo, inclusive, de crescermos. Ser jovem não quer dizer ser imbecil! Somos grandes atores nesse grande espetáculo que é a vida, então, questiono: quem quer ser protagonista? Às vezes ficamos acomodados com um papel insignificante, coadjuvante, quando poderíamos ser grandes! Imagine só se todo mundo topasse ser imprescindível? Que maravilha viver! O mundo estaria livre dos parasitas descartáveis e inúteis.

Bom, meus caros e ilustríssimos leitores, convido vocês a serem grandes. Vamos ser a mudança que almejamos ver, vamos causar impactos nas vidas dos outros, vamos fazer do mundo o nosso palco. Pra você que gosta de causar no mau sentido (querendo aparecer, "dar uma de doidão", etc. e tal) um recado: GROW UP! Para você que fuma porque acha bonito e rebelde, para você que usa drogas para ser aceito e visto como "cool", para você que acha que pensar em si próprio é filosofia de vida, eu digo que ainda dá tempo de mudar. Se você achar que bom mesmo é ser assim, só lamento.