quinta-feira, 24 de maio de 2012

Poema à boca fechada, de José Saramago.

"Não direi: Que o silêncio me sufoca e amordaça. Calado estou, calado ficarei, Pois que a língua que falo é de outra raça. Palavras consumidas se acumulam, Se represam, cisterna de águas mortas, Ácidas mágoas em limos transformadas, Vaza de fundo em que há raízes tortas. Não direi: Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, Palavras que não digam quanto sei Neste retiro em que me não conhecem. Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, Nem só animais bóiam, mortos, medos, Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam No negro poço de onde sobem dedos. Só direi, Crispadamente recolhido e mudo, Que quem se cala quando me calei Não poderá morrer sem dizer tudo."

Loucura é a saída de emergência.

"Lembrar é perigoso... eu vejo o passado como um lugar cheio de ansiedade. O 'pretérito imperfeito', como você chamaria. Ah, ah, ah, ah! As memórias são traiçoeiras! Num momento, você está perdido num carnaval de prazeres, com o aroma da infância, os neons da puberdade... No outro, elas te levam a lugares onde a escuridão e o frio trazem à tona coisas que você gostaria de esquecer! As memórias podem ser vis, repulsivas, brutais... como crianças. Ah, ah, ah! Mas podemos viver sem elas? A razão se sustenta nelas. Não encarar as memórias é o mesmo que negar a razão! Mas e daí? Quem nos obriga a ser racionais? Não há cláusula de sanidade. Assim, quando você estiver dentro de um desagradável trem de recordações, seguindo pra lugares do seu passado onde o riso é insuportável... lembre-se da loucura. Loucura é a saída de emergência! Você só precisa dar um passo pra trás e fechar a porta com todas aquelas coisas horríveis que aconteceram... presas lá dentro... pra sempre." Coringa.

Para quem me odeia, por Fernanda Young.

"Para quem me odeia, Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro. É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira. Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim. Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado. Se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito. Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço.Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você. E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos. Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível. Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco. Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando. Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração. Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor. E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas: Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo. Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado. Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica. Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso. Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais. Com amor, da sua eterna, Fernanda Young."

A confiança superficial é padrão nos relacionamentos

A falta de liberdade que o namoro tradicional traz é uma merda. Não sou capaz de encontrar outro adjetivo que qualifique melhor do que este: Merda. Todas as decisões devem ser tomadas de comum acordo, de modo que as escolhas que cada um terá de fazer a partir do momento que se inseriu na relação monogâmica deverão ser dialogadas e meticulosamente negociadas. Quando me refiro a namoro tradicional, quero dizer relação monogâmica entre duas pessoas assumida publicamente tendo como pressuposto básico, e basilar, a fidelidade de um para com o outro. Tenho o hábito de observar o modo como as pessoas ao meu redor se relacionam para tentar entender um pouco mais do funcionamento da nossa espécie, pois é inegável a existência de padrões e tendências perceptíveis na maneira como o homem se relaciona com o próximo. Ao realizar esse exercício voyeurístico, consigo prever certas condutas nas pessoas e sinto um verdadeiro sentimento de onipotência. Não, eu não sou um gênio nas relações interpessoais (estou, aliás, muito distante disso), mas proponham-se a fazer uma observação mais aguçada das pessoas ao seu redor e entenderão o que eu sinto. Nós, seres humanos, somos dotados de uma previsibilidade enorme. Até mesmo pessoas imprevisíveis são previsíveis na sua imprevisibilidade. Deveriam criar uma teoria encima disso. Mas não fujamos do tema... Hoje, particularmente, ao conversar com uma pessoa querida que se encontra, como o Facebook rotula, em um “relacionamento sério”, cheguei à máxima de que a confiança superficial é padrão nos relacionamentos. Alguns poderão pensar: “O que essa retardada está querendo dizer com isso?”, então vou simplificar: Criemos a seguinte mini narrativa: (A), do sexo feminino, possui um namoro tradicional com (B), do sexo masculino; (C), amigo solteiro de (B) o convida para passar o Carnaval em Ubatuba (por exemplo). Opções: 1) (B) aceita com empolgação o convite e simplesmente avisa sua namorada (A) que irá viajar para passar o carnaval com (C) em Ubatuba, que aceita de bom grado a decisão tomada unilateralmente por (B); 2) (B), já com certo desânimo, avisa a (C) que precisará notificar (A) da tentadora proposta e ver se ela “libera” sua viagem. Todos sabem o que acontece em um NAMORO PADRÃO, como já descrevi, não é preciso abstrair muito nesse exemplo fictício para constatar que a segunda opção é a que mais comumente se manifesta. E é isso que me “incomoda”. O motivo pelo qual (A) muito provavelmente vetaria a viagem de (B) com seu amigo (C) é porque não confia nele, portanto, tem-se aí a confiança superficial padrão. Entenderam? Obviamente, ela não diria isso, divagaria sobre as inúmeras razões pelas quais seria uma má ideia ele viajar sem ela para o Carnaval com um amigo solteiro. Porém, a única razão é a falta de confiança na fidelidade do namorado, que estaria exposto a inúmeras tentações. Esse fenômeno da confiança superficial padrão já me acometeu, sim, não vou negar. O “incômodo” que sinto com sua frequente manifestação é da observadora, não da pessoa inserida na relação monogâmica tradicional. É muito difícil confiar no outro, mas acho que uma vez essa confiança conquistada e comprovada sua força, deve ser cega, caso contrário, a relação irá se sustentar em uma mentira, em uma superficialidade, em uma hipocrisia. Os membros do casal dizem confiar um no outro, mas vetam esse tipo de situação explicitada acima. De duas possibilidades, uma: a) As pessoas não são confiáveis, no sentido de que quando se encontram tentadas e/ou direcionadas a cometer algo pecaminoso, muito provavelmente o cometerão; ou b) Uma vez conquistada a confiança no outro dentro da relação, ela deve ser presumida sempre. Ainda que (B) se encontre tentado a trair (A) em Ubatuba, ela deve presumir que ele será fiel e esperar por isso, não o contrário. Esse debate faz com que eu me recorde da obra-prima do cinema, e um dos meus filmes preferidos, “O Advogado do Diabo”. Particularmente de uma frase dita pelo personagem do lendário Al Pacino, diga-se de passagem, em um de seus melhores momentos na carreira: “Freedom, baby... is never having to say you're sorry.”. Traduzindo: Liberdade é nunca ter que pedir perdão. Em suma, estar em um relacionamento implica em abdicar da liberdade pessoal de errar, pois, só pedimos perdão ao outro quando erramos. Dessa maneira, a liberdade dentro dos relacionamentos já estaria fadada ao fracasso, pois é inerente ao ser humano errar e decepcionar o outro (não necessariamente pela traição, que fique bem claro). No entanto, é justamente aí que entra o paradoxo: Ao se inserir em um namoro padrão, você abdica da sua liberdade, mas em troca de confiança, porém esta existe apenas superficialmente. Logo, em um relacionamento, têm-se apenas expectativas e não certezas. Você nunca irá saber ao certo se o outro irá ser fiel e se o relacionamento terá um futuro, você simplesmente mergulhará de corpo e alma, apegando-se à expectativa de que isso se materialize na realidade. Existe algo mais romântico do que isso? É por isso que sou uma eterna romântica, pois o romantismo é comprovado racionalmente. A todos vocês que se encontram em um “relacionamento sério” com alguém, um beijo carinhoso.

Sorriso demais é tristeza

Certa vez ouvi que as pessoas que mais aparentam ser felizes são de fato as mais infelizes. Não sei se a frase era exatamente assim, mas a minha conclusão encima dela é esta: Trata-se de uma das verdades mais absolutas no que concerne às pessoas. Obviamente que existem exceções à regra, mas sempre desconfie de quem sorri demais. Aprendi desde cedo que pessoas sorridentes a todo instante podem ser ou dissimuladas ou infelizes. Dissimuladas por serem infelizes ou infelizes por terem que dissimular sua tristeza. Apenas o tempo irá desmascarar o sujeito supostamente de bem com a vida e simpático em demasia. Não estou descriminando de maneira alguma, até porque eu me pego usando com frequência do senso de humor para lidar com a momentânea tristeza existencial. Afinal, quem nunca fez uma piadinha com a realidade frustrante só para poder conseguir suportar a dor? Só para, num recurso de negação, auto-enganar-se ao ponto de achar que assim a tristeza diminuiria? Nessa altura do campeonato, penso que não há nada mais triste do que olhar-se no espelho e ver seu reflexo nebuloso, mascarado, e essa figura disforme engana os outros de igual maneira. Esse é o famoso (ou não) conflito existencial. A dissimulação em razão de um conflito existencial é digna de perdão. No entanto, a dissimulação em razão de um conflito social é ridícula. Pessoas usando máscaras de uma falsa felicidade para atrair pessoas ao seu redor, com o escopo de construir uma "popularidade" que enfim lhe dê o afeto que tanto necessita. É triste e possivelmente deriva de um conflito existencial, mas eu, Isadora, particularmente, acho escroto. Escroto porque, ainda que o intuito inconsciente seja necessidade de afeto, o objetivo maior é adquirir popularidade e suprir a necessidade de aprovação que não obteve em casa. Esse texto está me soando como psicologia de buteco, porém, são palavras sinceras e escritas por causa do que a vida já me mostrou. Meu maior lema é: Viva, observe as relações, absorva lições e dissemine o conhecimento obtido. É bem isso, a gente se ferra muito até aprender, mas quando aprende, tem a obrigação de auxiliar ao próximo. É óbvio que só aprendemos sozinhos, mas ter alguém experiente dando um norte é fundamental. Por isso, não sejam seduzidos pela falsa simpatia de alguns instantaneamente, meus caros. Em suma, sorriso em demasia indica dissimulação, sendo esta oriunda de um conflito existencial ou de puro joguinho social para obter afeto e aprovação de estranhos. Um beijo e um abraço, Isadora Cardoso.

Toda a putaria atual é fruto de um romantismo duramente silenciado.

Todos nós deveríamos ser mais desapegados em relação às outras pessoas. Falo isso sem qualquer alusão à poligamia desenfreada, mas no sentido emocional mesmo. Talvez eu esteja falando por mim, em razão das experiências que já vivi, talvez não. No entanto, creio que o descontento em relação ao amor é geral entre a juventude contemporânea. Tanto que nunca se viu tanta “modernidade” no que concerne às relações interpessoais da atualidade. Quem nunca ouviu a frase “nos meus tempos as coisas eram diferentes” vinda de um avô ou tio, dita em tom de lamentação? Deixando claro, antes de qualquer coisa, que não defendo o tradicionalismo das gerações passadas e venha a condenar com um discurso moralista a dita “modernidade” dos relacionamentos em geral dos dias atuais, longe disso, só proponho uma breve reflexão. O fato é que vivemos no que eu gosto de chamar de a era do grande livre arbítrio sexual. As pessoas estão muito mais inclinadas e dispostas a experimentar de diferentes formas suas sexualidades abertamente do que estavam, por exemplo, nos anos 80 ou 90. E, ao contrário do que se passou nos coloridos e gloriosos anos 60, primeira geração a desconstruir o amor romântico tradicional e propor uma verdadeira revolução sexual, grande parte das pessoas (não todas) hoje em dia não vivem a libertinagem sexual como algo de cunho político e filosófico, porém, puramente como refúgio à insatisfação existencial. Nós somos a geração preguiçosa, acomodada, entediada, sem grandes objetivos e ambições. Tal como é dito no legendário filme Clube da Luta, “somos a geração sem peso na história”. Sem querer desmerecer as conquistas realizadas nos últimos anos, mas já o fazendo, saliento que nós vivemos para trabalhar, produzir, desenvolver tecnologias e formas que façam grandes empresas enriquecerem, para então consumirmos e continuarmos movendo o sistema, com uma economia desequilibrada, desigual e desleal. Como se já não bastasse tudo isso, soma-se ainda o caos do cenário político mundial. Enxergo como se a democracia estivesse comendo a si própria viva e nós não tivéssemos mais nada para fazer para impedir essa autofagia. Isso para não abstrair em relação à situação do meio ambiente e seu polêmico aquecimento. Como não ser um suicida em potencial nesse mundo tão cinza? Quando não refletimos a respeito dessa situação robotizada na qual estamos inseridos, levamos a vida com certa tranquilidade e relativa monotonia, portanto, de modo a nos satisfazer, recorremos primordialmente aos prazeres materiais e sexuais. Nunca se esbanjou tanto dinheiro e tanta putaria como na atualidade, já notaram? A mídia, serva fiel do sistema, divulga a ideia de que a felicidade está basicamente nesses dois fatores, e quem irá negar isso, afinal? Basta ligar a televisão e observar como os conteúdos expostos estão poluídos com uma sexualidade banalizada e a apologia ao consumismo desregrado, além de glorificar o status das pessoas ricas (socialites e milionários), como forma de nos induzir a desejar a vida luxuosa que eles levam. Pense em “Mulheres Ricas” e “Keeping Up With The Kardashians”, por exemplo. Longe de mim negar o quanto sou vítima do sistema como qualquer um de vocês. Não me coloco em posição de superioridade de maneira alguma e digo de boca cheia que quero trabalhar para ter independência e estabilidade financeira para poder viver da maneira como achar que devo sem ter que dar satisfações a ninguém. Ainda que não queira levar a vida regada a excessos luxuosos que a mídia divulga e muitos desejam, quero trabalhar para ter minha grana e não julgo isso como errado e desprezível. O problema reside justamente em construir sua vida encima disso e é essa a minha crítica. Trabalhar única e exclusivamente com a ambição de enriquecer e alçar o status de burguês de respeito. A meu ver, a vida vai muito além disso. Ser burguês não é defeito, o defeito é achar que só se é respeitável quando se é um e por isso deve-se ralar até conquistar esse posto. Se bem que se pararmos para pensar, só se é verdadeiramente respeitado quando se tem grana, mas não quero abstrair mais. Em suma, vejo muita superficialidade nessa lógica e por isso não compactuo dela, ainda que tenha um milhão (e meio) de outras futilidades em minha mente. Trabalha-se para viver bem e nada mais. Viver bem para uns tem a ver com o modo como a sociedade os enxerga com admiração, para outros tem a ver com a tranquilidade de levar a vida com estabilidade financeira. Para outros, os dois. Não dá para julgar o propósito de ninguém (ainda que eu enxergue como superficial, não é uma verdade absoluta, trata-se de uma opinião relativa, minha), apenas me proponho a refletir como nos colocamos na situação robotizada já discorrida anteriormente. Quanto à visível libertinagem sexual da atualidade, a crítica não está nas pessoas explorarem a fundo suas sexualidades e vivenciarem fantasias das mais variadas formas. Enxergo isso como saudável e natural e inclusive, recomendável. A raiz de muitas neuroses humanas está na repressão sexual, mas esse já é outro assunto. Em relação ao posicionamento das mulheres nesse quadro, enxergo como afronta aos resquícios de machismo e sou a primeira a aplaudir de pé o fenômeno em questão. É de conhecimento geral que a mulherada conquistou um espaço significativo através do estudo e trabalho perante a sociedade, diversas pesquisas comprovam a relativa soberania no desempenho feminino nas faculdades e no mercado de trabalho. Dessa forma, economicamente independente e com completa autonomia sobre si mesma, a mulher contemporânea padrão samba na cara da sociedade e explora sua sexualidade a fundo, muitas vezes podendo ser estereotipada negativamente por homens mais tradicionais (para não dizer hipócritas, mas né?). Não estou dizendo que precisamos nos reafirmar como independentes e autônomas sobre nossos corpos através de um comportamento poligâmico e, por vezes, emocionalmente distante. Muito pelo contrário, lidar com um parceiro já é complicado, que dirá com muitos. Contudo, o que eu enxergo nessa conduta sexualmente permissiva e aberta é uma grande insatisfação existencial e tédio. As pessoas mais poligâmicas são geralmente as mais carentes e insatisfeitas emocionalmente. Pelas incontáveis conquistas visam obter, em síntese, afeto. E como julgar essa lógica? No fundo, TODOS nós, uns mais e outros menos, queremos amar e ser amados em retorno. Por mais que sejam construídas inúmeras defesas, inúmeras vezes muitíssimo bem argumentadas racionalmente, esta é a grande verdade por trás das máscaras que sustentamos frente à sociedade. Acredito que esse romantismo tenha se transformado em cinismo e desdém, logo, entregam-se todos (generalizando) à poligamia desenfreada como escapismo. Em suma, a fuga da monogamia padrão é vontade oculta de tê-la; o distanciamento emocional através do desapego é medo; a exploração da sexualidade em suas mais distintas formas é fuga da realidade frustrante (intimamente falando). Toda a putaria atual é fruto de um romantismo duramente silenciado.