sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Para tédio tem remédio?


Boa noite, ilustríssimos leitores,

É com muito tédio que escrevo hoje sobre o tédio, por isso, não se surpreendam se este for o pior post do blog, meus queridos admiradores e árduos críticos, pois apenas escrevo sobre isso, pois é o que cerca meus pensamentos no momento. Nada mais, nada menos, só tédio. Decepcionante, não? Bom, antes de qualquer coisa, eu gostaria de declarar que Google é meu pastor, como alguns íntimos já sabem, e nada me faltará! Por isso, tratei logo de pesquisar sobre esse sentimento humano tão irritante e constante na vida urbana de uma garota imatura como eu.

Define-se: O tédio é um sentimento humano, um estado de falta de estímulo, ou do presenciamento de uma ação ou estado repetitivo - por exemplo, falta de coisas interessantes para fazer, ouvir, sentir etc. As pessoas afetadas por tédio em caráter temAdicionar imagemporário consideram este estado muitas vezes como perdido, perda de tempo, mas geralmente, não mais do que isto. Alternativamente, alguns acham que ter tempo de sobra também causa tédio. Para as pessoas entediadas, o tempo parece passar mais lentamente do que quando elas estão entretidas. Tédio também pode ser um sintoma de depressão.

Ademais, gostaria de declarar para minha amada tia Aleida que não sou depressiva, apenas um pouco anti-social, e que amo ela muito. (ela mora fora e sempre me liga preocupada, achando que eu tenho depressão, porque eu não sou muito baladeira como os jovens "normais", por isso esse comentário avulso, gente). Enfim, voltando ao tema mais tedioso de todos os tempos, o maldito tédio! Em suma, a definição da Wikipédia está fantástica, porém incompleta, uma vez que o tédio é um estado, não um sentimento, que pode surgir por inúmeras razões, sendo a principal delas o mau uso da imaginação.

A meu ver, a ocupação da mente com coisas divertidas, sejam elas utopias ou não, torna tudo mais agradável. Uma leitura agradável, uma boa música, um saboroso chocolate, um bom filme, um site engraçado, até mesmo uma paixão platônica, enfim, existem mil estímulos para afastar o tédio da sua vida, basta ter a mente aberta e boa vontade. Meu lema é: se já está ruim, não pode piorar, então vamos dar um jeito de sair da fossa.
A minha válvula de escape é a escrita, como podem perceber. Assim que sinto o tédio se aproximar, procuro algo para escrever. Pode ser uma caderneta, um papel, um guardanapo, uma mesa, um livro, o que for, que eu logo consigo reacender as chamas da motivação e espantar o desgraçadinho. Como estou no computador, aqui estou escrevendo, por exemplo. É importante conseguir encontrar saídas para o tédio, visto que ele tende a aparecer na maior parte das vezes, ainda mais em pessoas exigentes e perfeccionistas como eu.

No entanto, o pensamento positivo é meu aliado nessa batalha, ao passo que o tédio não dura muito comigo. Algumas amigas minhas até ficam incomodadas com isso, pois procuro ver o lado bom de tudo, sempre, mas com um viés realista. Ser "pé no chão" é necessário, mas são as asas da imaginação que libertam nossos corpos do plano tedioso. A mente humana é o melhor brinquedo que temos, basta usá-la da maneira correta, que teremos o mundo aos nossos pés. Assim, desejo-lhes muita criatividade e imaginação. O pior defeito das pessoas é deixar de sonhar, acreditando que é besteira e infantilidade. Felizes são as crianças, que não se preocupam com nada e vivem idealmente.

Falando em criança, tem uma música do Biquíni Cavadão, da época da minha infância, que eu cantava sempre com minha irmã e minha prima, e que tem tudo a ver com o tema de hoje. Com vocês, "Tédio":


Sabe esses dias em que horas dizem nada
E você nem troca o pijama, preferia estar na cama
Um dia, a monotonia tomou conta de mim
É o tédio, cortando os meus programas, esperando o meu fim

Sentado no meu quarto
O tempo voa
Lá fora a vida passa
E eu aqui a toa
Eu já tentei de tudo
Mas não tenho remédio
Pra livrar-me deste tédio

Vejo um programa que não me satisfaz
Leio o jornal que é de ontem, pois pra mim tanto faz
Já tive esse problema, sei que o tédio é sempre assim
Se tudo piorar, não sei do que sou capaz

Tédio, não tenho um programa
Tédio, esse é o meu drama
O que corrói é o tédio
Um dia, eu fico sério
Me atiro deste prédio.

Esperança, jovens, não se atirem de prédio nenhum! Um beijo e um abraço, Isadora.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A grande utopia amorosa






Bom dia, caros leitores,

Venho escrever hoje com muito prazer, pois, há alguns dias, acreditei que não atualizaria aqui por um bom tempo, por motivos que já foram explicitados anteriormente. Feliz ou infelizmente, aqui estou, com muita sede de colocar para fora algumas idéias que cercam minha mente no momento.

A discussão que pretendo abordar hoje envolve o universo feminino e suas peculiaridades envolvendo o universo masculino. As mulheres e os homens parecem viver em um eterno conflito, como todos sabem, em que existe amor em alguns momentos e ódio em outros. Sim, a tal da guerra dos sexos. Hoje, quero escrever sobre a perfeição que tantos almejam em seus futuros parceiros, os quais serão apresentados para a família e os amigos, enfim, que serão levados a sério. Em algum momento da vida, o que precisamos é estabilidade, certo?


Se ainda não aconteceu com você, prepare-se, pois um dia acontecerá. A vida é repleta de fases e mudanças, por isso é tão maluca e problemática. Então, voltando ao tema: o par perfeito. Por que será que tantas pessoas são exigentes quando se trata de relacionamento sério? Será a necessidade de aprovação? A insegurança? Os dois? Vai saber. O que quero indagar é: existe alguém perfeito para nós?

A resposta parece óbvia, mas ainda assim ficamos iludidos com a idéia de perfeição. Uns mais, outros menos, mas todos ficam presos à idéia, uma vez que é extremamente atrativa. Crescemos assistindo contos de fadas, vendo plebéias tornando-se princesas ao conhecerem um príncipe encantado, sonhos virando realidade e tudo mais. A televisão e o cinema fazem com que sejamos completamente alienados quando o assunto em questão é o amor. Fora a pressão de fora também, dos pais, amigos e conhecidos, que faz com que a busca pelo par parfeito se torne cada vez mais intensa.

O segredo da felicidade está justamente em não ceder às pressões, pois assim ficaríamos todos (mais) neuróticos, de modo a preocupar mais com a aprovação alheia do que com a realização pessoal. Não conheço ninguém que tenha levado pra casa um namorado drogado e inconveniente ou algo do gênero, para conhecer a família. Você conhece? Bom, se você conhece, é porque o filho ou a filha queria chamar a atenção dos pais (ausentes).

Infelizmente, os pais gostam de se apegar à idéia estereotipada de namorado ideal para os filhos. Assim, a filha deve namorar um rapaz inteligente, que saiba conversar, que seja carinhoso e respeitoso, além de todos aqueles nhém nhém nhéns típicos de alguém ligado a valores morais conservadores. Já o filho, prodígio amado da sogra nojenta, deve apresentar aos pais uma menina educada, que não fale palavrão, que não use roupas provocantes e/ou chamativas, que concorde com tudo o que for discutido na mesa do almoço. Ah, e no final lave a louça com a sogra, claro! Mais uma vez, idéia moralista e conservadora de namorada ideal. A partir daí, nasce o estereótipo de sogra chata e sogro ciumento.

Pois bem, onde fica o respeito nessa história toda? Cada um tem o livre arbítrio de escolher o que lhe convém, o que lhe faz bem, e ponto. Eu, particularmente, odeio pessoas conservadoras, por isso nunca consegui lidar com essa idéia de "família de namorado" muito bem, inclusive antes de ter a experiência com um namorado. Desde que me entendo por gente, tenho essa idéia de que namorar não envolve a família, mas sim o casal, ainda mais na adolescência. Quem vê pensa que namoro é casamento! Convenhamos, adolescentes "casados", a juventude é breve para ser adiada tão cedo com essa falsa moralidade de compromisso eterno.

Não banalizem o verbo amar, não se apressem com apresentações precipitadas à família, não acreditem em relacionamento eterno, não estraguem tudo com uma falsa idéia de amor. Amar é algo tão simples e genuíno, que aos poucos é transformado em algo complicado e podre, de modo que perde toda a magia com esses pseudo-casamentos. "É preciso amar as pessoas como elas são", não como elas deveriam ser. Ninguém é perfeito, nada é eterno e o amor não deve ser idealizado.

Olhe só, comecei o comecei com uma idéia e acabei finalizando com outra. Bom, acho que por hoje é só. Um beijo e um abraço, amo vocês para sempre.

Isadora C.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Influenziados pela Influenza A. Até quando?


Bom dia, caros leitores e amigos,


Atualmente, um problema está sendo relatado pelos diversos canais midiáticos com uma dramaticidade desnecessária e sensacionalista, típica de jornalistas amadores e carniceiros, que se alimentam da desgraça com um sadismo inigualável e imaturo. A mídia, como de praxe, faz questão de divulgar tal acontecimento com o claro objetivo de escandalizar e assustar a população, visto que é em choque, medo e raiva que posto sobre o assunto mais comentado ultimamente, a tal da gripe suína.


Contudo, a gripe A, como também é chamada, merece ser entendida por todos nós, público leigo e sem conhecimento médico suficiente para entender as consequências de um possível contágio, pois está presente em nossos ares brasileiros, tal como nos demais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atingiu o nível de pandemia!


Por causa disso, e do ódio que cerca minha inconformada mente desde ontem, quando recebi as notícias chocantes sobre o cancelamento de eventos, aulas e afins, fiz questão de pesquisar sobre o assunto para não falar besteira aqui. Primeiramente, faço questão de comentar sobre os sintomas, uma vez que muitos conhecidos e desconhecidos meus desconfiam ter a gripe, sem nem conhecer o básico sobre ela. Listam-se aqui os principais sintomas:


“Os sintomas são muito similares aos de uma gripe comum ou mesmo aos da dengue. O paciente com gripe suína tem febre acima de 39ºC, falta de apetite, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça intensa, irritação nos olhos e tosse. Algumas pessoas com a gripe suína também relataram ter apresentado catarro, dor de garganta, náusea, vômito e diarreia forte.”


Enquanto pesquisava sobre o tema, li o depoimento de um infectologista a respeito das medidas políticas de prevenção que vem sendo tomadas em todo o país: "Com a comprovação de que a letalidade do vírus é inferior ao da gripe comum, esse medo deixou de ter justificativa. As medidas tomadas só contribuem para alardear o pânico, nada mais. Para nós, especialistas, elas são uma resposta essencialmente política (...) pensar em suspender atividades essências para o cotidiano é inútil". Logo, neuróticos de plantão, não fiquem tão receosos ao saírem de casa e entrarem em contato com pessoas, pois isso não vai matar ninguém!


Não obstante, é necessário tomar medidas profiláticas, tais como: "lavar as mãos com água e sabonete depois de tossir ou espirrar, depois de usar o banheiro, antes das refeições e antes de tocar os olhos, boca e nariz; proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de gotículas no ar; evitar entrar em contato com outras pessoas suscetíveis. Caso não seja possível, usar máscaras cirúrgicas, evitar aglomerações e ambientes fechados (eles devem estar sempre ventilados), ingerir alimentação balanceada e tomar muito líquido. Porém, os equipamentos de proteção (máscaras e luvas) são recomendados no Brasil apenas para pacientes suspeitos e pessoas ou profissionais de saúde em contato direto com eles."


São medidas simples e que já estão entrando em vigor em muitos locais fechados do país, inclusive no colégio em que estudo. Caso alguém tenha suspeitas que esteja contaminado com o vírus influenza A (H1N1), não entre em pânico, procure seu médico e evite contato social em locais aglomerados e fechados por pelo menos uma semana. Ah, e viagens desnecessárias também não são indicadas. Por isso, nem cogite a possibilidade de ir para o México ou para qualquer lugar em que há foco da pandemia, viu?


Existem especulações de que uma vacina contra o vírus será produzida no Brasil em outubro, mas não há garantias de que o antiviral será "tiro e queda", uma vez que o uso indiscriminado do mesmo pode levar o vírus a apresentar mutações. Em suma, o desespero não salvará ninguém contaminado nem protegerá os sortudos saudáveis, por isso, não tenhamos pânico! Quando o sentimento toma lugar da razão em casos como esse, fica ainda mais difícil combater a mídia sensacionalista e as prefeituras do terror. Basta seguir as instruções básicas, ao passo que são as únicas opções que temos até o momento.


Aos familiares de vítimas que faleceram, meus sinceros pêsames. Sinto profunda compaixão daqueles que não tem acesso à nata da avançada medicina brasileira, que enfrentam as intermináveis dificuldades da saúde pública do país. Graças a minha família, não precisei enfrentar tal situação (e sou muitíssimo grata por isso), mas pensar só no meu umbigo não é justo nem saudável com os demais que não foram afortunados como eu e grande parcela das pessoas que conheço. Por isso, com indignação e espanto, pergunto-me: ATÉ QUANDO?


Um beijo e um abraço para os que ficam, Isadora.

domingo, 9 de agosto de 2009

Breve comentário


Bom dia, caros leitores,

Há dias eu não posto nada aqui, como de praxe, pois estou vivendo um período sem grandes inspirações em minha vida. No entanto, é gratificante viver as experiências que estou vivenciando, principalmente as mais recentes, em que novidades alegram esse tedioso momento conhecido como "final das férias". Já repararam que a última semana de aula é sempre a melhor, mas a última semana de férias é sempre a pior? Pois bem, isso não vale mais para mim, pois, como esse "ditado" sempre fez sentido, resolvi mudar um pouco, visto que fiz da última semana de férias a melhor. Fiz questão de aproveitar cada instante de ócio, ao concluir que serão estes breves momentos os mais preguiçosos até o final do ano. Felizmente, sei bem o que quero e o que não quero, profissionalmente falando. Como diz o mestre Pablo Neruda, "cada um tem seu caminho e sua sorte". Portanto, meus caros, boa sorte! Boas vibrações para todos sempre. A partir de agora, ficará ainda mais complicado atualizar aqui, já que vou entrar em uma rotina cansativa e desgastante de estudos, que irão me manter focada nos meus objetivos para o final do ano.

Sendo assim, considero esse post uma despedida para vocês, que acompanham e gostam do que lêem, e para mim, que amo escrever aqui, ali e lá. Um beijo e um abraço, pessoas.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A impontualidade do amor






Texto de Martha Medeiros, escritora que eu admiro demais e faço questão de homenagear aqui com um texto digno.



"Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender."






"Contra o estado das coisas e as coisas no estado em que estão."


"Contra o patriarcado, o matriarcalismo.
Contra a família, o ato gerador e o amor espontâneo.
Contra o parentesco, a afinidade.
Contra o poder e a culpa de ser pai, a vantagem de comer a filha.Contra o sexo proibido, o sexo.
Contra o sexo casual, o sexo animal.
Contra a guerra dos sexos, o sexo entre os sexos.Contra o desenvolvimento industrial, a educação.
Contra a globalização, o comércio local.
Contra o trabalho, o tempo livre.
Contra a falta de cultura, o ócio.
Contra a desocupação, a atividade artística.
Contra o desemprego, a produção cultural.Contra o governo, nem precisa falar, né?
Contra os capachos do palácio, os capatazes do engenho. Chicotada neles!Contra a Tiazinha, nada não.Contra o estado letárgico, a iniciativa individual.
Contra a indecisão, o risco.
Contra o sucesso, a certeza de alcançar.
Contra o esforço, toda força de vontade.Contra a promessa, a palavra.
Contra o compromisso, o encontro marcado.
Contra a seriedade da coisa, a diversão.Contra a cerveja, o cigarro.
Contra o rock'n'roll, drogas.
Contra o sexo, nada, nunca.E por que não?"

Dedicado a todos aqueles que são considerados "do contra". Afinal, sem essas pessoas tudo seria muito sem graça, muito constante, enfim, muito ruim. São opiniões contrastantes que fazem nascer incríveis debates e ótimas discussões. No entanto, esse texto não está vinculado aos que são "do contra" especificamente, mas ao fato de existir uma oposição para tudo. Por exemplo: não existiria amor, sem a indiferença; não existiria o conceito de vida, sem a morte; não existiria paz, sem a guerra, e por aí vai.
Fiquei motivada a retratar sobre esse tema, pois é algo muito presente no cotidiano de muitas pessoas, uma vez que tudo que existe, só existe com a condição de ter algo se opondo a si próprio. Desse modo, gostaria de relatar sobre a grande diferença que existe entre os estereótipos e a realidade, já que é um dilema que eu mesma vivo diariamente. Bom, como estava discutindo recentemente com duas pessoas queridas, concluí que o mundo enxerga cada um de uma maneira específica, com o tal do estereótipo. É difícil aceitar isso, porém necessário, já que nós mesmos temos um estereótipo, concordando com ele ou não.
É possível perceber que essa teoria pode ser aplicada a várias pessoas conhecidas, tal como: Fulano é chato; Beltrana é burra; Ciclano é interesseiro, etc. Recentemente, escutei de uma sábia amiga que uma grande parcela de pessoas que não me conhece, me enxerga como alguém incapacitada de escrever o que eu escrevo aqui, ao passo que meu comportamento não é cético e idealista, ou até mesmo "intelectual", mas sim o contrário, visto que sou brincalhona e extrovertida (ao que tudo indica, pessoas assim não tem o perfil de quem escreve em um blog, ou, se escreve, é pseudo-intelectual).


Dessa forma, gostaria de deixar um recado:


* Preconceito é um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial e sexual[1].
De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada
estereótipo. Exemplos: "todos os alemães são prepotentes", "todos os norte-americanos são arrogantes", "todos os ingleses são frios", "todos os baianos são preguiçosos", "todos os paulistas são metidos".
Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um
erro.
Entretanto, trata-se de um erro que faz parte do domínio da
crença, não do conhecimento, ou seja ele tem uma base irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio.



Em suma, é impossível agradar a todos, não existe ninguém que tenha conseguido tal pretensão, certo? Sim. Não obstante, é necessário respeitar, apesar de não concordar com certas situações e pessoas. Pensando assim, vejo que preciso melhorar muito nesse aspecto, porque eu passo a impressão de ser muito intolerante, principalmente quando o assunto em questão é a música. Isso é algo que preciso aprender a respeitar, pois no lugar em que vivo, existe um padrão que agrada a maioria, e não há como mudar isso.


Acho que por hoje é só, meus queridos leitores e críticos haha. Um beijo e um abraço para quem fica, Isadora.



sábado, 1 de agosto de 2009

Foi apenas um sonho (que não se concretizou)!


Bom dia, caros leitores (que aumentam cada vez mais, para minha surpresa),
O atrasado post de hoje será sobre um filme que assisti ontem com minha mãe, que me impressionou de todas as formas possíveis. Enfim, houve o esperado reencontro dos atores de Titanic (1997) em um filme que retrata basicamente o vazio existencial humano e a tristeza de encarar a dura realidade vivida por casais do mundo inteiro, que vêem a necessidade de viver sem toda a paixão do início do relacionamento, em meio a uma rotina desgastante e sem emoções.

Primeiramente, antes de comentar sobre o enredo do longa-metragem, gostaria de ressaltar o talento dos protagonistas Kate Winslet e Leonardo DiCaprio, que encarnaram de forma brilhante e convincente a vida de um casal que vive um dramático dilema, e sobre o diretor Sam Mendes (American Beauty, 1999), que fez o seu retorno triunfal à indústria cinematográfica com esta obra-prima. De fato, DiCaprio tem um potencial fortíssimo para atuar em filmes dramáticos, pois deu vida ao seu personagem de forma vivaz e transparente, com as emoções contagiando a mim e a minha mãe a cada diálogo que se passava envolvendo ele e sua esposa, interpretada pela genial Kate, uma das melhores atrizes contemporâneas (senão a melhor), e os demais personagens.

Outro destaque do filme é o ator Michael Shannon (indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante), que encarnou o ex-matemático-atual-maluco de forma fantástica, uma vez que conseguia ofuscar artistas consagrados, como os que já foram citados anteriormente, toda vez que abria sua boca para iniciar diálogos "insanos” com os mesmos e expressar suas opiniões completamente avessas à realidade que se imperava no subúrbio norte-americano dos anos 50. Seu personagem tem uma importância enorme na história, já que sua função narrativa é comentar e criticar os dilemas vividos pelo casal, de forma mais inconveniente possível.
Em suma, o filme é uma adaptação do renomado romance de Richard Yates, publicado no ano de 1961, considerado um clássico contemporâneo da literatura, e que retrata de forma amarga e verossímil a realidade melancólica vivida por membros da classe média que, a meu ver, sobrevivem em um subúrbio estadounidense, de modo a lidar com lindas paisagens, belas casas, maravilhosos vizinhos e, contraditoriamente ao estereótipo, um enorme sentimento de vazio e frustração.
Assim vivem Frank Wheller e sua esposa April, com seus dois filhos. Um casamento claramente fracassado e maçante, demonstrado logo no início do filme com uma briga fenomenal. No passado, April estudou e se empenhou arduamente para ser uma atriz respeitada, mas frustrou-se ao perceber (e ser julgada pelo seu próprio marido como "sem talento") que isso jamais acontecerá, visto que seu destino tomou um rumo diferente (pior!), e ela passou a ser uma dona-de-casa infeliz, mascarada como feliz e exemplar pelos seus vizinhos e conhecidos.
Ademais, Frank passa por um dilema semelhante ao de sua mulher, pois, no passado, era um rapaz cheio de sonhos e dúvidas, com um ar de "jovem promissor", que encara uma realidade completamente contrária à que aspirava. Bom, ele trabalha em uma empresa que detesta, com colegas ainda mais detestáveis, com um salário mediano e sem muitas perspectivas de crescimento. Desse modo, ambos são prisioneiros de uma vida guiada por necessidades básicas, insuportável, que os mantém cada vez mais afastados e insatisfeitos, o que pode ser considerado um conflito universal.
Enfim, tal conflito leva o casal a tomar uma drástica e "infantil" decisão, que com certeza já passou pela mente de milhares de pessoas: abandonar tudo! Em seguida, seguiriam para Paris, onde April trabalharia como secretária do Governo e Frank teria tempo para estudar e ler sobre suas possíveis escolhas profissionais, que o deixariam feliz e realizado pessoalmente. Tal decisão parece provocar repulsa e inveja nos amigos, que possivelmente vivem o mesmo dilema, e deixam bem clara a desaprovação quando são informados sobre a novidade. Para os vizinhos, os Wheller representam o molde de casal perfeito, e tal idéia era completamente maluca e contraditória ao que eles então aparentavam, uma vez que era "irreal", como eles mesmos comentam.
Este retrato traçado de forma admirável por Sam Mendes apresenta vários pontos em comum com "Beleza Americana", filme que marcou a estréia do então diretor de teatro para o cinema, como por exemplo, o fato de ele optar pela exposição nua e crua da intimidade do casal suburbano, fazendo-nos sentir a angústia que os cerca, em que todas as escolhas envolvem perdas de sonhos e insatisfação pessoal. Em certo momento, a realidade logo os traz de volta à vida, e eles tomam uma decisão que será fundamental para o desfecho da história.
Uma crítica que li na internet sobre o filme chamou minha atenção e eu concordo profundamente com ela: "O diretor demonstra sutileza na condução do roteiro, ao realizar uma bem disfarçada mudança de ponto de vista no meio do segundo ato. A narrativa, até então mostrada do ponto de vista do homem, subitamente muda para o ponto de vista da mulher, a partir de certo acontecimento que altera radicalmente o rumo da história. Mendes também usa o som de maneira criativa, seja na construção de um universo sonoro que remeta o espectador à década de 1950 (com canções incidentais e também com a discreta e inquietante trilha sonora de Thomas Newman), seja realçando silêncios (como na tomada final) ou amplificando ruídos para enfatizar aspectos emocionais da narrativa".
Portanto, meus caros, aqui fica o conselho: aproveite a temporada preguiçosa e alugue "Foi apenas um sonho", pois garanto que não ficarão desapontados. Ah, para os que esperam um romance hollywoodiano, um comentário: perdeu, playboy! Um beijo e um abraço aos que ficam, vou-me embora.
Até mais, Isadora.