sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eleitores fanfarrões



Em tempos de eleições, o que mais observamos na sociedade brasileira são longas e exaustivas discussões entre oponentes políticos, o que pode ser considerado, de certa forma, um avanço político, uma vez que se trata de um claro reflexo da democracia em nosso país. No entanto, as rivalidades e discussões não ficam restritas somente aos candidatos, mas alcançam também os eleitores mais fervorosos, cujo posicionamento eu pretendo criticar neste texto.

Atualmente, vivemos em um mundo claramente dominado pelos avanços e retrocessos tecnológicos e pela supremacia do ciberespaço, o que é indiscutível. Essa realidade está presente na vida de todas as pessoas, umas mais e outras menos – dada a situação sócio-econômica de cada um-, o que faz com que estejamos expostos a uma imensidão de informações e notícias fornecidas pela Internet.

Ademais, nota-se que existem cada vez mais pessoas ingressando em sites de relacionamento, como o Facebook e o Twitter, o que permite uma aproximação mais intensa entre indivíduos que não necessariamente se conhecem pessoalmente. E são nesses dois sites específicos usados como exemplo a pouco que observo nitidamente os embates entre eleitores fervorosos. O adjetivo usado, obviamente, como instrumento de deboche desses seres que se julgam verdadeiros entendedores da política brasileira em geral.



Particularmente, não sou uma fã assídua de julgamentos, mas a situação está gritante e pretendo me manifestar. Os eleitores em questão são na grande maioria das vezes adolescentes de classe-média, sustentados pelos seus pais, que dividem seu tempo entre os estudos, baladas e Internet (e por Internet entenda-se SITES DE RELACIONAMENTO ou entretenimento cibernético barato e trash), sendo geralmente completos alienados, mergulhados que estão na sua realidade cômoda e pacífica. Sim, consiste em um rótulo generalizante, mas é o que observo claramente nos dias atuais.

Os adolescentes de 2010 adotaram o seguinte posicionamento político diante das eleições presidenciais:
- Aqueles que são filhos de empresários de grande ou médio porte, cujos interesses são meramente neoliberais, votaram no candidato José Serra;
- Aqueles que ainda acreditam que o Partido dos Trabalhadores seja aquele fundado por dirigentes sindicais, intelectuais de esquerda e católicos ligados à Teologia da Libertação, com um viés socialista democrático por sinal (como se isso se aplicasse à realidade atual do PT), e que querem ver um prolongamento do Governo Lula, votaram na candidata Dilma Rousseff;
- Aqueles que se cansaram das duas vertentes políticas majoritárias que vêm se sucedendo no poder sem apresentar mudanças radicais e efetivas no sistema votaram no candidato Plínio de Arruda;
- Já aqueles que lutam em prol do desenvolvimento sustentável aliado ao crescimento econômico, com um olhar voltado para a Educação, em suma, votam na candidata Marina Silva.

Sabendo-se do perfil dos eleitores jovens, podemos imaginar que os embates mais fortes se darão entre os eleitores do Lula, quero dizer, da Dilma e do Serra. Ambos candidatos FRAQUÍSSIMOS, por inúmeras razões que eu não preciso nem quero elencar, pois o texto que aqui escrevo não tem o objetivo de criticar nenhum candidato, mas sim os seus eleitores xiitas.

O que observo nos sites de relacionamento que faço parte são jovens vestindo a camisa de seus candidatos no sentido fundamentalista da coisa, o que é preocupante, visto que engajamento político não se resume a “vestir a camisa” do candidato favorito e procurar desvalorizar de todas as maneiras possíveis o candidato adversário. Não é como se os próprios eleitores estivessem disputando na corrida pelo Planalto. Pensando em defender o candidato preferido com todas as suas forças e argumentos, deixa-se de lado o olhar crítico e imparcial que analisaria todo o histórico do candidato e do partido político, numa onda de “adoração cega” que é predatória.

Em suma, o grande fator que faz com que a política brasileira esteja fadada ao fracasso é esse personalismo tão forte que se mantém em vigor desde meados dos anos 50. E este ainda existe por conta de eleitores fervorosos xiitas que se metem a defender com unhas e dentes personalidades políticas que nem sequer se importam verdadeiramente com o que pregam.

Um comentário:

  1. Eu gostei do seu blog. Escreve sobre a legalização da maconha também!! Estou no aguardo! Beijos

    ResponderExcluir