terça-feira, 30 de junho de 2009

Suprassumos da Quintessência


"O papel é curto.
Viver é comprido.
Oculto ou ambíguo,
Tudo o que digo
tem ultrasentido.
Se rio de mim,
me levem a sério.
Ironia estéril?
Vai nesse ínterim,
meu intramistério"


Paulo Leminski.


Genial, né? Estava estudando Literatura e fiquei encantada com esse poema do Leminski. Realmente, uma lástima para a nossa cultura que ele tenha morrido com apenas 45 anos, tal como Fernando Pessoa (faleceu com 44), uma vez que eles poderiam ter oferecido ainda mais riquezas para o nosso país.

Ai, fiquei inspirada com uns haikais interessantíssimos que li agora e fiz o meu! Como o blog é um espaço meu, decidi compartilhar essa "coisa" com vocês, leitores. Se é que existem mais de um haha.

Aqui está, um haikai típico de uma escritora inexperiente:


Apartamentos

Estou aqui, enquanto estão lá
Escuto daqui, enquanto gritam de lá
Incômodo constante parece não me abandonar.


Sim, péssimo. Um beijo e um abraço, vou-me embora. :)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Liberdade de expressão


Não estou inspirada hoje, portanto não quero prestar homenagens a nenhum dos meus ídolos. Segunda-feira costuma ter esse efeito em mim, mas vamos que vamos, pois esse blog precisa ser atualizado!
Hmmm... Alguns comentários sobre esse fim de semana: escutei muitas besteiras e fiquei calada, afinal, é melhor não discutir em certas situações, com certas pessoas com opiniões completamente contrárias às nossas. Em outra ocasião, porém, tive que assumir outra posição, em função de falar por uma maioria e não somente por mim. Mas, vejo que foi em vão, uma vez que a maioria optou por calar-se na hora de falar.
Isso é algo que me tira do sério, sabe? Pessoas que, na calada da noite, juntam-se para reclamar e criticar e, com o raiar do sol, negam tudo. Falsidade para alguns, dissimulação para mim. Os dissimulados merecem ser crucificados na cruz da verdade! Tentei disfarçar minha fúria, mas não consegui sucesso. Os mais observadores perceberam que fiquei indignada com a posição dos dissimulados. Contudo, estou aprimorando a arte de não explodir. É difícil, mas não impossível.
No entanto, muitas coisas boas aconteceram também! Ontem, por exemplo, teve a festa junina do COC, muito bacana, por sinal. Tive inúmeras surpresas, como encontrar meus grandes amigos do passado lá. Muito gostoso abrir o baú do passado em momentos tão presentes. A organização do evento acertou e errou em alguns pontos, mas a festa acabou agradando todo mundo. Uns mais, outros menos, mas agradou.
Achei que a decoração deixou a desejar, as comidas estavam frias demais, os ambientes deviam ficar mais bem separados e que estava lotado. Fora isso, amei! Principalmente quando o Estéfani começou a tocar Black Music. Quando ouvi ABC do Jackson Five surtei! Quase chorei! Resumidamente: muitas risadas, muita dança e muita alegria. Achei muito legal o evento dar espaço para tantos estilos musicais diferentes. Teve samba, black music, música eletrônica, música sertaneja e axé. Enfim, uma festa junina nada tradicional mas divertidíssima.

Sábado fui na Lounge, fiquei perto de pessoas inteligentes conversando sobre coisas engraçadas. Deparei-me com uma legião de playboys lá dentro, o que me deixou um pouco desconfortável. Não gosto de frequentar lugares superficiais, e, sábado, lá estava muito superficial! Fora isso, foi ótimo. Rolou uns cudoces também (não da minha parte), mas deu pra rir muito, apesar da TPM.

Enfim, falei mais do que devia. Sorte que vivemos em tempos democráticos, em que a liberdade de expressão não implica em execução.

Beijos e abraços, Isadora.

Obs.: Estou viciaaaaaada em Oasis e apaixonada no Liam! Puxem músicas e assistam entrevistas no youtube, vão morrer de rir dos irmãos Gallagher. Eles são a união perfeita de talento e sarcasmo.

sábado, 27 de junho de 2009

O mundo chora a morte do Rei do Pop


É com muita tristeza que escrevo hoje a respeito da morte tão repentina de um ídolo musical, que aconteceu tão inesperadamente nessa semana. Demorei a postar em função de alguns probleminhas pessoais, mas aqui estou hoje e não consigo pensar em outro assunto. Qualquer um que entrar na Internet, ligar a televisão ou o rádio, verá que o assunto mais comentado é esse: a morte de Michael Jackson. Por que ele morreu? Foi suicídio? O seu médico prescreveu os medicamentos errados? Enfim, milhões de perguntas surgem em função da perda de um homem tão polêmico, considerado bizarro e pedófilo para muitos, exemplo de músico para outros, abandonar milhares de fãs ao redor do mundo assim, tão de repente. No entanto, sua disciplina como artista e talento devem ser reconhecidos.

Assim que ouvi "Michael Jackson morreu!", pensei que fosse uma piada de péssimo gosto, algo semelhante às correntes que vem no meu email diariamente, com notícias mentirosas e sensacionalistas. Vale ressaltar que não é uma notícia qualquer, como o resultado de um jogo de futebol, ou alguma fofoca no mundo das celebridades, trata-se do fim de uma era, da morte de um ícone que marcou várias gerações, responsável por reinventar a indústria musical de tal modo que legiões de pessoas e artistas lastimam a sua perda. Fãs no mundo inteiro demonstram tristeza, dor e dúvidas a respeito do ocorrido. No dia 25 de junho, aos 50 anos, morre o lendário rei do pop, com uma parada cardíaca.

É triste reconhecer que, com a sua morte, Michael voltou a ser assunto. Um homem que se afastou por tanto tempo, que ia voltar com tudo em uma turnê pela Europa, vem a falecer assim, de modo tão inesperado e confuso. Confuso porque não há nenhuma causa aparente para a sua parada cardíaca, segundo legistas. Ao meu ver, deve ter sido em função de uma overdose acidental de remédios, pois ele era hipocondríaco, e estresse. Enfim, não sou médica, apenas penso que deve ter sido algo acidental, não consigo acreditar que ele tenha planejado isso.

Só consigo pensar na dor que seus familiares devem estar sentindo agora. Isso me entristece muito. Além disso, como fã, fico triste com a perda do rei do entretenimento, o eterno Peter Pan (um homem com a mentalidade e ingenuidade de um menino, segundo seus amigos mais próximos). Lembro-me bem de ouvir suas músicas na minha infância, graças a minha mãe, que me ensinou a gostar do Pop. Inúmeros artistas tiveram seus videoclipes influenciados por ele, inúmeros fãs esforçavam-se para fazer o Moonwalk, imitavam coreografias de clipes e admiravam a versatilidade de Michael como artista.

Aos 5 anos, começou a cantar e dançar; Aos onze, liderava uma banda formada por seus irmãos (Jackson 5); Seu futuro já estava traçado, visto que prometia muito sucesso. Aquele jovem rapaz dançando feito profissional, uma miniatura do James Brown, impressionando o mundo, estava predestinado a brilhar. Michael Jackson nada mais foi que uma estrela, com um brilho único! E isso, meus amigos, ninguém pode negar.



quarta-feira, 24 de junho de 2009

Homem com H maiúsculo


"Déjeme decirle, a riesgo de parecer ridículo, que el revolucionario verdadero está guiado por grandes sentimientos de amor.." Che Guevara.



Um homem chamado Ernesto Guevara de la Serna, mais conhecido por Che Guevara, marcou o século XX e influencia o pensamento de intelectuais de esquerda até hoje, além de comover uma legião de pessoas pela sua fibra moral. Era um homem extremamente inteligente, idealista, autêntico, altruísta em seus discursos, que veio de uma família de classe média da Argentina com o intuito de defender a classe pobre. Ademais, cursou medicina, tinha asma, causava problemas na escola (era considerado um rebelde rústico, uma má influência pros engomadinhos da época), deixava as "hermanitas" apaixonadas pela sua personalidade marcante e seu espírito libertário, enfim, estava predestinado a causar impactos na história.

De fato, o cara representou os ditos subversivos com toda categoria e charme possíveis acompanhados de uma uma ideologia admirável, a qual eu sinto a necessidade de homenagear, ainda que de forma medíocre, nesse blog. Acho sua história profundamente inspiradora e nada utópica. Se existissem mais pessoas engajadas e interessadas, menos preocupadas com questões fúteis e efêmeras, talvez existiriam mais "che's" no mundo.

Infelizmente, ele não representa a regra, mas a exceção, visto que a maioria das pessoas se ocupa demais com a comodidade. "Já que eu não passo fome e vivo em uma casa confortável, o papai tem um carro 0 km, foda-se o resto! O Governo que se encarregue de melhorar a vida do povão! E que governinho corrupto o nosso, hein?" - um discurso típico da massa ignorante. Não me acho melhor e nem me comparo ao Che, de forma alguma! No entanto, acho que a vida vai além desse cotidiano que estamos sujeitos a viver no momento, com toda essa nóia de vestibular, impressionar os familiares com uma boa colocação final, ir nas baladinhas do momento, beijar os mais bonitos, etc. e tal. São jovens como esses que dão uma má fama aos adolescentes. Quem já não ouviu a gíria idosa "aborrecente"? Pois é, precisamos mudar esse estereótipo já!

Maaaaas, voltando ao meu muso inspirador... Che Guevara! Bom, acredito que ele era um homem com H maiúsculo, pois ele representou que existem outras alternativas para todos, que é possível sim chegar ao poder e não se corromper, abandonando seus ideiais a custo de dinheiro. Para quem não sabe, ele renunciou a todos os cargos que ocupava em Cuba no ano de 1965, e foi lutar em Congo, para ajudar um movimento revolucionário contra a ditadura imposta pelos EUA. Mais tarde, em 1967, com 39 anos, iria para Bolívia liderar mais um movimento revolucionário. Em outubro do mesmo ano, foi preso e fuzilado por ordens da CIA. Morria um homem, nascia o mito.

Ao meu ver, Ernesto foi muito mais que um homem qualquer, foi um líder, um homem sem pátria, dedicado 100% ao seus ideiais, que não se corrompeu e nem perdeu a fé em sua missão. É rapazes contemporâneos, tenham inveja. Che foi e está imortalizado como o cara! Além de tudo, era lindo. Um beijo e um abraço, e "hasta la vitória siempre".


Ah, aqui estão alguns dos pensamentos dele que eu acho super válido postar. Caso alguém queira ler, aqui estão:


"Lutam melhor os que têm belos sonhos."

"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira."

"Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida."

"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."

"Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética."

"O conhecimento nos faz responsáveis."

"Deixe o mundo mudar você e você poderá mudar o mundo."

"Os grandes só parecem grandes porque estamos ajoelhados"

"Prefiro morrer de pé que viver sempre ajoelhado."

"O importante não é justificar o erro, mas impedir que ele se repita."

"Eles podem até tirar minha vida, mas nunca minha liberdade."

"Eu creio que a primeira coisa que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que se sente por ser jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar-se a toda gente na sua condição de ser comunista, que não o submete à clandestinidade, que o não reduz a fórmulas, mas que ele manifesta em cada momento que lhe sai do espírito, que tem interesse porque é o símbolo de seu orgulho. Junta-se a isso um grande sentido do dever para com a sociedade que estamos construindo, para com os nossos semelhantes como seres humanos e para com todos os homens do mundo. Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Paralelamente, uma grande sensibilidade a todos os problemas e uma grande sensibilidade em relação a justiça."


Um beijo, Isadora. :)





terça-feira, 23 de junho de 2009

Feliz ou infelizmente


"God is a concept,
By which we measure
Our pain.
I'll say it again.

God is a concept,
By which we measure
Our pain.
I don't believe in magic
I don't believe in I-Ching
I don't believe in Bible
I don't believe in Tarot
I don't believe in Hitler
I don't believe in Jesus
I don't believe in Kennedy
I don't believe in Buddha
I don't believe in Mantra
I don't believe in Gita
I don't believe in Yoga
I don't believe in Kings
I don't believe in Elvis
I don't believe in Zimmerman
I don't believe in Beatles

I just believe in me
Yoko and me
And that's reality.

The dream is over,
What can I say?
The dream is over
Yesterday
I was the dreamweaver,
But now I'm reborn.

I was the walrus,
But now I'm John.
And so dear friends,
You just have to carry on
The dream is over. "


Por favor, abram os olhos. O mundo não é rosa! Quando você cair, as pessoas vão rir!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um pouquinho de Lispector


Bom, acabei de chegar em casa nesse instante e resolvi postar um texto que não é meu, mas é de uma mulher que eu mooooooooorro de inveja. As coisas que ela escreve sempre me tocam de uma maneira sem igual, até parece que ela sabe o que se passa na minha cabeça, entende as minhas angústias e os meus amores. Um bom escritor deve ser assim, exatamente como a Clarice Lispector, a rainha da subjetividade, autêntica e atemporal.

Há momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector.

domingo, 21 de junho de 2009

Análise primitiva


Bom dia, caros leitores,


Hoje quero postar a respeito de uma temática que eu, particularmente, abordo razoavelmente bem: FILMES! Afinal, cultivo a paixão pela sétima arte desde que me entendo por gente. Durante minha infância, minha mãe sempre fez questão de comprar todos os filmes lançados na época, principalmente os da Disney, para nos proporcionar lazer e tudo mais. Desde então, meu vício, minha dependência, foi crescendo. Lembro-me bem de ficar vendo o mesmo filme uma, duas, três vezes seguidas, ao ponto de decorar as falas dos personagens. E como aquilo me dava prazer!

Isso acontece até hoje; minha irmã, coitada, fica indignada de me ver alugando sempre os mesmos filmes todo santo fim de semana em que vamos à locadora. O pessoal da locadora sempre vem com os mesmos discursos: "Você já levou esses filmes, tem certeza de que quer levá-los de novo?!"

Há quem pense que eu sou doida, deprê, pois é normal me ver reclusa em casa durante um fim de semana inteiro, em função dos meus filmes. Para mim tornou-se um hábito, logo, não vejo nenhuma estranheza em preferir ficar em casa a sair numa baladinha. Adoro sair, mas amo ficar em casa com meus filminhos, minhas músicas e minhas guloseimas.

Enfim, vamos direto ao assunto... Hoje vou abordar a respeito de um filme que mudou a minha vida de algum modo, algo semelhante com a redação cobrada pela UNB no fds passado. Meu amigo, Elvis, comentou comigo que a prova era toda a respeito de filmes e que se eu tivesse feito iria muer. Convenhamos que não, o que eu sei é o básico do básico, mas adorei o que ele disse e fiquei inspirada a escrever a redação que vou postar agora. Um beijo e um abraço para quem fica!


Um filme que marcou profundamente a minha perspectiva de vida, que soube evidenciar a natureza humana tal como ela é, sem ser influenciadoo por estereótipos de mau gosto, diferentemente da abordagem cinematográfica clássica, que é notória por masacarar os defeitos e as proezas do homem, colocando-o em uma dicotomia entre o bem e o mal, o bonzinho e o vilão, o herói e o filho da p****, "Ensaio sobre a Cegueira" chamou minha atenção.

O filme dirigido por Fernando Meirelles, um cineasta brasileiro que ganhou destaque internacional pela direção de "A Cidade de Deus", optou por seguir uma linha com forte teor psicológico, dramático e metafórico, responsável por deixar os expectadores reflexivos e incomodados com a "cegueira branca" que é alastrada como uma epidemia em uma cidade contemporânea sem uma razão explícita.

De certo modo, a versão cinematográfica deixou a desejar quando comparada com a versão literária, escrita pelo vencedor do Prêmio Nobel José Saramargo. Não obstante, não deixa de ser uma obra inteligente e que nos deixa incomodados e apreensivos na medida em que o enredo se segue, e que as pessoas vão se mostrando como verdadeiros primatas individualistas com instintos humanos chocantes, que nos deixam pensando: "Meu Deus, até onde a natureza humana pode chegar?".

Para os românticos de plantão, uma dica: não assista! O filme apresenta cenas fortíssimas, como por exemplo a do estupro coletivo. Jesus, aquilo até me espantou. Senti como se eles estivessem vivendo em uma floresta, feito animais, sem o menor respeito e amor ao próximo. Tudo na base do instinto, da fome, do desespero. O que vale ser ressaltado é o caráter metafórico da obra, o que é mais instigante e bacana: a cegueira branca pode ser uma alegoria do próprio amor, tanto é que a única pessoa que não foi contaminada com a epidemia foi a mulher do médico, responsável por auxiliar aos que estavam cegos, representando o altruísmo humano, que é lógico a exceção e não a regra.


Enfim, quando fui assistir no cinema, confesso que fiquei decepcionada, uma vez que havia colocado mil expectativas em cima da adaptação do livro, acreditando que ia ser um dos filmes mais tops do ano. Contudo, parando para analisar, até que o filme não é tão ruim assim, é até bom. Assim, nada muito espetacular, mas é "assistível".


Aqui uma frase que está logo no começo do livro, que eu adoro:


"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."


:) =*

sábado, 20 de junho de 2009

Introdução ao ofício.

Este é meu primeiro post (?) e estou animadíssima, uma vez que sempre tive vontade de ter um blog só meu. O que acontecia era que faltava tempo, disponibilidade e ânimo. No entanto, eu sempre tive o hábito de escrever textos, frases, tirinhas, poemas, enfim, de expor em palavras o que se passa no meu perdido coração. O meu tempo livre se baseia em escrever, ler (apesar de gostar, não o faço com a frequência que queria), ouvir música, assistir a bons filmes, enfim, sou muito caseira. Para me agradar basta estar rodeada de familiares e amigos, com isso tudo reunido.
Mas, voltando ao ofício.... Escrever é minha paixão, é o momento em que me sinto livre, nua, sem que nenhum preceito moral venha a me julgar, sem que nenhuma opinião venha a me incomodar ou até entristecer. Quando escrevo sinto que o mundo parou, sinto que posso mudar a rota do meu destino, o que é óbvio mas reconfortante em momentos de dor e desilusão.
Em suma, vou dar uma breve introdução sobre quem sou eu. Beijos e abraços, para você que se interessou.
Tudo tem um começo, certo? Bom, o meu foi o seguinte... Um casal excêntrico se apaixonou, em meio a muita confusão, casaram-se. Brigavam feito cão e gato, mas eram completamente loucos um pelo outro. Havia toda uma diferença de estilos, gostos, idade, mas decidiram juntar seus trapos. Um ano depois, eis que sou formada. Aliás, somos formadas. Gêmeas dizigóticas/bivitelinas/diferentes, ou o que preferir, era mais uma gestação no ano de 1992. Os nomes escolhidos com certo rigor e justiça, visto que o pai escolheu o nome de uma e a mãe o da outra, cada um com suas preferências e peculiaridades. O meu nome, Isadora, foi uma homenagem à notória bailarina norte-americana e precursora do Ballet moderno Isadora Duncan. Tinha uma personalidade difícil e ao mesmo tempo libertária, não era adepta da mentalidade conservadora e do ballet clássico, até então cultuado. Era bem diferente das mulheres da época (século XIX). Infelizmente, morreu em um acidente de carro, enforcada pela sua echarpe. Enfim, são alguns pontos rápidos que eu falo sobre ela porque eu sinto que sua personalidade era muito parecida com a minha. Agora citarei as minhas origens: minha família descende de italianos e portugueses, tal como a maioria dos brasileiros que eu conheço. Tenho traços típicos dos primeiros: sou falante, alegre, geniosa, apaixonada por massas, etc. e tal. Dos segundos eu tenho a lerdeza hahahaha. Tá, preconceito idiota, mas foda-se. Meu tataravô italiano (Capucci) apaixonou-se por uma mineirinha e aí surgiu minha avó materna e seus irmãos. O resto é história. Agora, um pouco da função emotiva... Eu tenho 17 anos, sou como qualquer ser humano, já que tenho sentimentos, hábitos, amores, dores, preferências, preconceitos, objetivos, sonhos, mil e um defeitos, qualidades, amigos e afins. Minha base, meu núcleo, meu ar, meu porto seguro é minha família. Meus avós, molde de casal que se ama e que tem história pra contar. Amo ouvir os casos deles, pedir opiniões, afinal, eles são um poço de experiência e conhecimento. Tenho muito em comum com eles, como por exemplo, com meu avô: amo política, sou adepta de uma visão esquerdista, prezo a organização e a pontualidade, adoro debater sobre filosofia, sociologia, passado, presente e futuro, sou idealista, entre outros. Com minha avó, tenho em comum a aparência física e o romantismo, sobretudo. Gosto de compromisso, de fidelidade, de fofocar! Hahaha puxei muito ela nesse quesito. Mas oh, uma fofoca saudável, nada maldoso demais. Também tenho a personalidade parecida com a dela, a braveza e tudo mais, coisa que minha mãe também tem. Bom, voltando ao tema, yo! Sou chata e grossa quando tenho intimidade, gosto de ser surpreendida e surpreender, tenho o péssimo hábito de não cumprimentar, quando estou de TPM sai de baixo, fico impossível. Amo me doar, escutar e ajudar meus amigos. Valorizo muito a amizade, se eu tenho um amigo, trato-o como irmão. Sinto um enorme prazer em fazê-lo. Não tenho apego exacerbado às coisas materiais e ao dinheiro. Não vou ser hipócrita, é óbvio que quando eu acho dinheiro no bolso da calça fico felizinha, mas não ligo em emprestar 50 reais pra alguém, por exemplo. Não é que eu esbanjo dinheiro, muito pelo contrário. Sou muito econômica e gasto somente com coisas necessárias e imprescindíveis. Quase nunca faço compras, somente quando necessário. Gosto de abrir o armário e inventar produções com o que tenho. Maaaas, amo ser presenteada. Sou extremamente objetiva, sincera (até demais), cudocenta, pensante, insone, viciada em filmes. Quando eu digo viciada eu quero dizer viciada mesmo, do ponto de ter crise de abstinência se ficar sem assistir a pelo menos dois filmes, no mínimo, por semana. Outro vício meu é a música de boa qualidade, que me deixa nostálgica, envolvida emocionalmente, frenética, fazendo associações a histórias e pessoas, que derrube lágrimas e provoque sorrisos, que me faça dançar feito uma retardada, enfim, música boa. Cada pessoa que já passou ou que está na minha vida tem uma ou mais, depende do impacto que causou ou causa no meu cotidiano. Gosto muito de música clássica (Beethoven e Mozart, principalmente), Blues, Jazz, Rock antigo, Rock contemporâneo, enfim, Rock! Para dançar, que também é uma das minhas maiores paixões, apesar de eu não levar muito jeito, vai hip hop, funk e house. Modão, sertanejo, pagode, axé e afins não são nem um pouco atrativos para mim, creio que tem um público alvo que pouco tem a ver com minha personalidade, logo, desprezo. Respeito, é claro, mas não escuto e não gosto!
Há quem diga que eu sou cabeça fechada demais, mas acho que estou amadurecendo nesse ponto. Antes a minha palavra tinha que ser a última em qualquer situação, algo que hoje já mudou bastante. Acho que é mais importante escutar do que falar, apesar de ser uma falante assídua. E o mais interessante é que todos gostam de ser escutados, uns mais e outros menos, mas gostam. Infelizmente, a minha geração vive em uma época padronizada, uniformizada em todos os aspectos, apesar de as divergências serem melhor evidenciadas. Ainda assim existe o feio, o gordo, a mal vestida, a mal comida, o veadinho, e por aí vaí. A necessidade de depreciar o próximo ainda é algo presente no cotidiano dos mais infelizes, que insistem em dar estereótipos para cada santo ser existente. Não entendo - apesar de não me excluir desse grupo, sejamos realistas e não hipócritas! - o porquê de dizer coisas ruins a respeito do outro a custo de nada, porque chamar alguém de gordo não te deixa mais magro, do mesmo modo que chamar alguém de burro não te deixa mais inteligente, e por aí vai. Atualmente, eu tenho tentado me conter em relação a comentários maldosos, porque tenho uma natureza crítica, com humor negro e muito perfeccionismo. Tenho sim o hábito de julgar, afinal, quem não tem? Mas acho que já é hora da nossa juventude - e os adultos também - amadurecer, aceitar a convivência com a diversidade, se politizar, se envolver em causas nobres e tudo mais.
Vivemos a Era da Comodidade, da preguiça, da falta de engajamento social. Vejo isso cada vez mais nítido no ambiente em que vivo (uma cidade que cresce, cresce e cresce, e as pessoas continuam com a mentalidade provinciana). Isso chega a me dar desânimo em certos momentos. Sinto como se eu fosse de outra época, não me encaixo nos perfis desejados e considerados normais em muitos aspectos. Não estou afirmando que sou a excentricidade em pessoa, mas eu vivo esse dilema, por exemplo, por não me entregar à poligamia. Tenho vários amigos que adoram a pegação, e em nenhum momento os julgo, mas isso não me satisfaz, não me atrái, não me completa. Mas acho que a felicidade deve ser alcançada do modo que cada um considera válido. Se para ser feliz é necessário ser idiota, então vamos lá! Penso que tal sentimento é extremamente pessoal, por isso respeito as loucuras alheias.

Acho que já falei demais por hoje, né. Bom, aos que ficam uma frase que eu adoro, do grande playboy e poeta Cazuza:

"Só quem se mostra se encontra, mesmo que se perca pelo caminho."

:) =*