domingo, 14 de novembro de 2010

A lógica masculina


Bom dia, caros leitores e críticos de porra nenhuma,

Venho por meio deste canal para discorrer a respeito de algo que me intriga cada vez mais, apesar da tamanha previsibilidade com que se manifesta. Trata-se da lógica masculina, que consiste na tendência que os homens apresentam de agirem similarmente em situações envolvendo o sexo oposto. Vale salientar, porém, que não estou aqui para estereotipar comportamentos e gêneros, mas para tentar compreender as tendências que perduram por séculos a fio.

O que me motivou a escrever aqui hoje foi o magnata fundador do império Playboy, Hugh Hefner. Ele, que é o ícone de muitos rapazes no mundo inteiro por sustentar um estilo de vida invejável, segundo a lógica masculina, fez com que eu parasse para pensar acerca do tema aqui abordado: A lógica masculina. As pessoas que assinam TV a cabo podem assistir, no E! Entertainment, o programa “Girls Of The Playboy Mansion”, que conta com a participação de Hef e suas atuais três namoradas, todas loiras e com menos de trinta anos.

Aos leigos, um breve comentário: A vida amorosa dele, um homem com quase 90 anos, é alvo de cobiça de grande parte dos homens, pois ele cultiva relacionamentos com mais de uma mulher ao mesmo tempo, sendo que elas, suas namoradas, são sempre jovens, loiras e gostosas. No entanto, por mais que eu tente fugir de rotulações baratas, é inegável afirmar que elas não passam disso. Garotas superficiais e oportunistas, que visam fama e dinheiro. Afinal, ingressariam em um relacionamento com um magnata idoso por qual outro motivo? Amor? Não sejamos hipócritas e sim realistas.

Não acho que elas não gostem dele, mas o que fez com que elas investissem nele, em um primeiro momento, foi puro interesse, como disse anteriormente. E ele, inteligente que é, está ciente de tudo isso, mas ainda assim sustenta esse circo. Eu imagino que ele o faça principalmente pela revista, pois é seu life style a maior publicidade da mesma. Acredito que atualmente esta seja a lógica, o que não nega o fato de que no passado talvez ele tenha sustentado esse comportamento polígamo por entretenimento pessoal, obviamente.



Não obstante, não vim aqui para fazer uma biografia dele, mas para discorrer a respeito do fato de ele ser tão invejado pelos machos do mundo inteiro. A ostentação de dinheiro e mulheres parece ser o alvo da ambição de muitos deles, o que me deixa perplexa, visto que é uma ambição extremamente vazia, para não dizer mais. Talvez eu seja “mulherzinha” demais ao desaprovar essa lógica, mas isso não é algo que eu queira meus filhos ambicionando um dia.

O que observo cada vez mais no comportamento dos homens é que o sexo fácil parece tapar o buraco dos problemas pessoais, no sentido de que o tendo, a satisfação faz-se plena. Satisfação esta efêmera e superficial, pois não há nada que se sustente em longo prazo acima de sexo fácil, pelo menos nada que verdadeiramente valha à pena. Não quero que soe moralista de maneira alguma, mas acredito piamente que nós, seres humanos, independente do gênero, podemos muito mais do que isso; Que devemos ambicionar muito mais.

Enxergo muitos caras gabando-se para seus amigos da transa fácil e descomprometida que ele tem com alguma garota, que possivelmente pense como ele, isto é, que ter um prazer momentâneo e sem grandes preocupações seja a saída de todos os problemas pessoais, que teoricamente implicam em fazer-nos sofrer e blá blá blá. Infelizmente, ainda há o machismo envolvido, ou seja, o homem que se sujeita a transar descompromissadamente com uma ou mais garotas é tido como um herói, enquanto a mulher é taxada de safada.

Um verdadeiro absurdo, penso eu, pois acima do sexo, somos todos seres humanos, e como tais, temos temores, ambições e tendências comportamentais que devem ser respeitadas. Já que a aceitação e aprovação muitas vezes não são majoritárias, pelo menos o respeito deve ser unânime. Sustento a premissa de que a vida deve ser vivida intensamente e de acordo com os critérios pessoais de cada um, o que implica em fazer o que se tem vontade estando sempre ciente das possíveis conseqüências. Em suma, a imprudência é condenável, não a escolha, portanto, larguemos os falsos moralismos em casa e respeitemos as pessoas e suas escolhas como indivíduos.

Por mais que não achemos correto, saibamos que nas relações interpessoais não há o certo e o errado, mas apenas opções boas e ruins para quem as faz.

Um beijo e um abraço, Isadora.

2 comentários:

  1. li varios posts, mto interessante, gosto da forma como vc pensa

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  2. "Por mais que não achemos correto, saibamos que nas relações interpessoais não há o certo e o errado, mas apenas opções boas e ruins para quem as faz. "

    Você escreve muito bem Isadora,
    concordo plenamente com o que disse.

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