sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ser ou não ser, eis a questão



Acredito que ninguém conheça ninguém por inteiro, uma vez que isso seria impossível! Ter conhecimento absoluto de alguém implica em escutar seus pensamentos, entender sua criação, compreender todos os motivos que o levam a agir de determinada maneira, etc. e tal. Sei que isso soa meio óbvio, mas é apenas uma introdução. O que eu pretendo falar é que todos nós só exteriorizamos de nós aquilo que convém. Isto é, expomos para o mundo afora características, pensamentos e particularidades nossas que, de certa maneira, nos orgulhamos. Aqueles chamados "dirty little secrets", guardamos conosco até que seja oportuno expô-los para outrém.

Em suma, conclui-se, portanto, que vocês só conhecem de mim o que eu quero que vocês conheçam. E isso não é válido só para mim, obviamente, mas sim para todas as pessoas do mundo, não importa a faixa etária, a classe social, a etnia, a religião e todos esses afins que complementam um pouco na identidade de cada um.

Assim, não posso deixar de pensar: Seríamos nós falsos por essência? Porque se nós só mostramos um pouco de nós para o mundo, deixando de lado todo o resto que faz de nós quem nós somos de fato, simplesmente por ser mais conveniente, nada mais seríamos do que interesseiros. Ou não? Sei que esse é um debate que vai longe, mas hoje eu pretendo ser concisa, não prolixa.

Fico pensando, se nós deixássemos explícito TUDO o que se passa em nossas cabeças, como será que o mundo seria? A mente humana é cheia de conteúdos que assimilamos ao longo da vida, do nosso contato com o mundo e com os demais indivíduos, então é óbvio que nem tudo que contemos é moralmente ou até socialmente digno. Todos temos pensamentos absurdos, desejos grotescos e idéias insanas que jamais gostaríamos que os outros soubessem ou imaginassem que existem.

Será que o grande segredo do sucesso (no que diz respeito aos relacionamentos entre pessoas) é esse ocultamento que fazemos? Esse filtramento de informações, que nos permite "jogar fora" ou "esconder" aquilo que não merece ganhar notoriedade? Será que ao expor apenas uma parte de nossa essência nós não estamos sendo falsos, mas sim inteligentes? Acredito que sim. Não penso que seja falsidade guardar um pouco de nós para nós mesmos. Isso é objetividade, malandragem, BOM-SENSO.

Não é porque algo existe para mim, que deve existir para você. Devemos lidar com as pessoas de forma consciente e cuidadosa, pois o que talvez seja ofensivo, engraçado e bacana para você não seja para mim. Como uma amiga minha, por exemplo. Ela DE-TES-TA piadinhas sarcásticas de humor negro, portanto, em sua presença, eu não faço nenhuma, por mais que eu não veja absolutamente nenhum problema em fazê-las com outras pessoas. Trata-se de uma conveniência coletiva, não individual, ou seja, é imprescindível para o equilíbrio da vida em sociedade.

Por hoje é só, queridos. Um beijo e um abraço, Isadora C.

2 comentários:

  1. Isadora, gosto do nome do seu blog até seus posts! Vc tem o dom das palavras, e te admiro por isso.
    J.

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  2. Adorei o Post ouuu, como sempre algo que você manda para agente refletir *-*

    beeeijãooo

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