quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Brasil, mostre a sua cara!


Olá, caros leitores e críticos,

Venho hoje com o intuito de debater sobre um tema que me deixou pensativa e reflexiva hoje: a cultura brasileira. Enfim, desejo discutir a nossa identidade, o que faz de nós brasileiros, diferenciando-nos dos demais povos. Como é conhecido por todos, vivemos em um país miscigenado, marcado pela hibridização de diversas etnias e valores, que resultam em nós, povo brasileiro. Há quem enxergue essa mistura étnica de forma negativa, transferindo a culpa dos "fracassos" ou do "atraso" da nação a ela, do mesmo modo como existem pessoas que vêem na diversidade a riqueza de nosso país.

Historicamente, há aproximadamente quinhentos anos, os portugueses chegaram a nossas terras. A partir daí, com a invasão branca, somada à presença indígena e negra, deu-se início a formação do que pode ser observado atualmente. Surgiam caboclos, cafuzos, mulatos, mestiços, mais índios, mais negros e mais brancos. Com o encontro das diferentes etnias durante a formação do Brasil, nascia uma realidade cultural diversificada e atípica.

Vale salientar que nos séculos XIX e XX ocorreu a imigração de inúmeros europeus (com o pretexto de "branquear" o país - traço racista que pode ser observado até hoje), incluindo italianos, alemães, árabes e espanhóis, o que contribuiu intensamente para o processo "miscigenatório". Em suma, deve ser ressaltado que existem heranças de cada um desses povos, observadas na língua, culinária, religião, música, estética, valores sociais, etc.

Não obstante, apesar de fazer essa introdução histórica à formação do mosaico cultural observado no Brasil, vim escrever sobre um tema mais atual: os estereótipos dados aos brasileiros dentro e fora do país e da credibilidade existente ou ausente neles. Enfim, herdamos mais do que hábitos alimentares, rituais religiosos e afins de nossos "antepassados", como todos já sabem, como a aversão ao trabalho e o "espírito aventureiro" da cultura ibérica, por exemplo.

Há quem diga que os portugueses são naturalmente avessos às regras impostas pela sociedade, tendendo a transformar as relações impessoais em pessoais. Ademais, também costumam "hierarquizar" as relações, tornando as relações marcadas pela desigualdade. Seria essa a origem da famosa cordialidade política dos brasileiros, retratada por Sérgio Buarque de Holanda.

Somada a essa cordialidade, existe a preguiça dos índios, a alma festeira do negro, o espírito explosivo do italiano, entre outras características, que somadas formam a identidade brasileira. Em parte, podem ser consideradas estereótipos, mas, de fato, podem ser notadas em grande parte da população. Certo?

Portanto, o que é ser brasileiro? É jogar futebol bem? É sambar? É capoeira? É ter curvas, bunda e sangue quente? É ser corrupto? É deixar tudo o que pode ser feito hoje para amanhã? É ser receptivo com estrangeiros? É copiar e vangloriar os norte-americanos? É aceitar passivamente coisas absurdas? Não sei responder. O que acredito é que somos uma nação sem amor próprio, politicamente alienada e rica culturalmente.

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