Bom dia, caros leitores,
Hoje quero postar a respeito de uma temática que eu, particularmente, abordo razoavelmente bem: FILMES! Afinal, cultivo a paixão pela sétima arte desde que me entendo por gente. Durante minha infância, minha mãe sempre fez questão de comprar todos os filmes lançados na época, principalmente os da Disney, para nos proporcionar lazer e tudo mais. Desde então, meu vício, minha dependência, foi crescendo. Lembro-me bem de ficar vendo o mesmo filme uma, duas, três vezes seguidas, ao ponto de decorar as falas dos personagens. E como aquilo me dava prazer!
Isso acontece até hoje; minha irmã, coitada, fica indignada de me ver alugando sempre os mesmos filmes todo santo fim de semana em que vamos à locadora. O pessoal da locadora sempre vem com os mesmos discursos: "Você já levou esses filmes, tem certeza de que quer levá-los de novo?!"
Há quem pense que eu sou doida, deprê, pois é normal me ver reclusa em casa durante um fim de semana inteiro, em função dos meus filmes. Para mim tornou-se um hábito, logo, não vejo nenhuma estranheza em preferir ficar em casa a sair numa baladinha. Adoro sair, mas amo ficar em casa com meus filminhos, minhas músicas e minhas guloseimas.
Enfim, vamos direto ao assunto... Hoje vou abordar a respeito de um filme que mudou a minha vida de algum modo, algo semelhante com a redação cobrada pela UNB no fds passado. Meu amigo, Elvis, comentou comigo que a prova era toda a respeito de filmes e que se eu tivesse feito iria muer. Convenhamos que não, o que eu sei é o básico do básico, mas adorei o que ele disse e fiquei inspirada a escrever a redação que vou postar agora. Um beijo e um abraço para quem fica!
Um filme que marcou profundamente a minha perspectiva de vida, que soube evidenciar a natureza humana tal como ela é, sem ser influenciadoo por estereótipos de mau gosto, diferentemente da abordagem cinematográfica clássica, que é notória por masacarar os defeitos e as proezas do homem, colocando-o em uma dicotomia entre o bem e o mal, o bonzinho e o vilão, o herói e o filho da p****, "Ensaio sobre a Cegueira" chamou minha atenção.
O filme dirigido por Fernando Meirelles, um cineasta brasileiro que ganhou destaque internacional pela direção de "A Cidade de Deus", optou por seguir uma linha com forte teor psicológico, dramático e metafórico, responsável por deixar os expectadores reflexivos e incomodados com a "cegueira branca" que é alastrada como uma epidemia em uma cidade contemporânea sem uma razão explícita.
De certo modo, a versão cinematográfica deixou a desejar quando comparada com a versão literária, escrita pelo vencedor do Prêmio Nobel José Saramargo. Não obstante, não deixa de ser uma obra inteligente e que nos deixa incomodados e apreensivos na medida em que o enredo se segue, e que as pessoas vão se mostrando como verdadeiros primatas individualistas com instintos humanos chocantes, que nos deixam pensando: "Meu Deus, até onde a natureza humana pode chegar?".
Para os românticos de plantão, uma dica: não assista! O filme apresenta cenas fortíssimas, como por exemplo a do estupro coletivo. Jesus, aquilo até me espantou. Senti como se eles estivessem vivendo em uma floresta, feito animais, sem o menor respeito e amor ao próximo. Tudo na base do instinto, da fome, do desespero. O que vale ser ressaltado é o caráter metafórico da obra, o que é mais instigante e bacana: a cegueira branca pode ser uma alegoria do próprio amor, tanto é que a única pessoa que não foi contaminada com a epidemia foi a mulher do médico, responsável por auxiliar aos que estavam cegos, representando o altruísmo humano, que é lógico a exceção e não a regra.
Enfim, quando fui assistir no cinema, confesso que fiquei decepcionada, uma vez que havia colocado mil expectativas em cima da adaptação do livro, acreditando que ia ser um dos filmes mais tops do ano. Contudo, parando para analisar, até que o filme não é tão ruim assim, é até bom. Assim, nada muito espetacular, mas é "assistível".
Aqui uma frase que está logo no começo do livro, que eu adoro:
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
:) =*
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