A hostilidade própria do universo feminino é um complexo fenômeno que desperta a minha curiosidade há bastante tempo, haja vista a forma intensa com que observo nas relações entre pessoas e, por conseguinte, pelo forte incômodo que me gera dada tamanha proporção. Refiro-me, pois, à guerra presumida que as mulheres travam entre si, num círculo vicioso de competição, sabotagem, falsidade e desdém gratuito, que denigre (e muito) a todas nós como gênero, dando ensejo à criação de infinitos estereótipos femininos que DEVEM desaparecer tão logo quanto possível.
Logo no início da minha puberdade, fase em que as garotas dão início à predatória competição que as acompanhará até o resto de seus dias, aprendi da mais dolorosa forma como o mundo das mulheres pode beirar ao insuportável em certas ocasiões.
Destarte, correndo o risco de parecer fula, sustentarei um perigoso raciocínio que possui a finalidade precípua de tentar compreender o motivo pelo qual nós, mulheres, construímos essas barreiras entre nós, de maneira praticamente automática e, por que não, inconsciente? Ora, tornamo-nos inimigas de todas aquelas que representem, de alguma forma, uma ameaça à “nossa zona de conforto social”. Algo tão primitivo e instintivo, que me induz à embarcar na noção do Darwinismo, obviamente adaptado à situação concreta em comento (realizo, portanto, uma analogia entre a teoria evolucionista e o mata-mata-social entre a mulherada).
Com efeito, seriam as mulheres mais discretamente predatórias, sagazes e sutis, as mais aptas a obter sucesso nas suas relações? A raíz da rivalidade, portanto, seria uma intimidação, um temor pela possível perda do status? Aquela interessante moça mais nova, recém integrada ao coeso círculo de amigos incomoda, desperta um imediato desprezo, que você jamais dirá tratar-se de recalque...Você reconhece seu próprio valor, orgulha-se de ser quem é; porém, por que cargas d’água sua paz de espírito é abalada com a chegada da pirralha metida à amiguinha da galera?
Assim, emergem os constantes falatórios... As veiacas, sem qualquer razão aparente, “não vão com a cara” porque “o santo não bateu” e outras infinitas desculpinhas mais, de modo a rejeitarem a pobre rapariga - que às vezes pode, de fato, ser uma filha da puta, diga-se de passagem-, tão sutilmente que a larga maioria não notaria. A sutileza a que me refiro é aquela antiga filosofia mafiosa do “mantenha por perto seus inimigos”, e disso decorrem lastimáveis e infantis situações, que exemplificam com maestria a hostilidade do universo feminino.
Entre os homens isso é RARÍSSIMO, por mais sexista que tal afirmação possa parecer. A explicação para o cretino fenômeno em baila é algo que ainda não consigo compreender. Talvez morra sem entender, afinal, existe bicho mais complicado que mulher?
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