Prestes a completar dezenove primaveras, encontro-me mais sensível do que nunca. Talvez sejam apenas hormônios juvenis, ou as experiências que tenho vivido ultimamente que me deixem assim. E, pessoalmente, fico feliz com isso. A sensibilidade me permite sentir o mundo por completo, ainda que seja muito pretensioso da minha parte afirmar isso.
A grande verdade é que estou me comovendo mais as coisas ao meu redor. Uma cena bem escrita em O Clone, uma verdade dilaceradora expressa em alguma frase do Caio Fernando Abreu, um bom filme, uma conversa intensa, e logo começam a cair lágrimas dos meus heterocrômicos olhos. Lágrimas não necessariamente sofridas, mas lágrimas sinceras. Verdadeiras. Ademais, lágrimas também de felicidade. Estar sensível não quer dizer estar triste, como o senso comum nos induz a pensar. A sensibilidade também se encontra presente na felicidade. Então, sensível quer dizer suscetível a sentir, seja lá o que for (alegria, tristeza, ódio, etc.).
Posso afirmar que 2011 tem sido um ano de grandes emoções, ainda que mal tenha começado. E como isso é bom. Vejo-me como uma masoquista emocional, haja vista que adoro estar borbulhando emoções, ainda que negativas sejam. A serenidade dos céticos é algo que jamais irá me pertencer tanto quanto a explosão de sentimentos dos românticos. E por românticos não me refiro àqueles que vêem os parceiros romanticamente, mas aos que enxergam a vida romanticamente. Pessoas que enxergam a oportunidade de viver como algo intenso, maravilhoso e ao mesmo tempo grotesco.
Aliás, a serenidade dos céticos só toma conta de mim em momentos que exigem certo altruísmo de minha parte. Quando alguém que amo está sofrendo ou passando por maus bocados, precisando do meu suporte. Assim, entro com minha massa cinzenta pensante, deixando minha bomba emocional de lado. É importante ter conhecimento dessa divisão: Lado racional e lado emocional. O equilíbrio entre ambos é que denota se somos inteligentes ou não.
A meu ver, inteligente não é aquele que lê a Folha de São Paulo todos os dias, que sabe conversar sobre assuntos da atualidade com maestria, além de dominar assuntos complexos com certa facilidade. Sim, uma pessoa com essas características tem grandes chances de ser inteligente, mas o verdadeiro intelectual é aquele que sabe quando privilegiar seu cérebro e quando privilegiar seu coração, de maneira equilibrada e sensata.
De nada adianta ter um Q.I inacreditavelmente acima do normal, vivendo de maneira austera e focada no trabalho, se a sua vida emocional está praticamente abandonada. Assim como de nada adianta ser uma pessoa intensa e emotiva, adepta da filosofia do Carpe Diem, se sua vida profissional está largada às traças. Feliz é aquele que sabe encontrar o equilíbrio entre ambos cedo.
Não obstante, por mais que esse assunto de inteligência seja tentador, não estou com vontade de abordá-lo mais profundamente nesse texto. Após tanto tempo sem postar textos escritos por mim nesse quase abandonado blog, venho escrever hoje, pois encontro-me inspirada em função do meu aniversário que se aproxima. Não sei se estou pronta para me desapegar dos 18 anos e abraçar os 19 anos. Talvez esteja dramatizando uma questão pragmática, que é a chegada do aniversário, mas a questão é que o ano passado foi o melhor ano da minha vida, por inúmeras razões que não desejo pontuar aqui, e isso traz certo temor pelo atual ano de 2011. Talvez seja o medo de estar próxima dos vinte anos, talvez seja o medo de que esse ano não será tão bom quanto o ano anterior, ou talvez eu apenas esteja relutando contra mudanças.
As mudanças são necessárias e imprescindíveis no curso da vida. Se ela fosse constante, de que maneira iríamos evoluir? O grande barato de viver é estar exposto a transformações. A única constante é a transformação, seja ela interna ou externa. Mediante ações, podemos alterar o meio em que vivemos, e quiçá o mundo, se houver vontade e disposição suficientes.
Existem momentos em que eu luto contra essas mudanças por achar que cedendo a elas, estarei perdendo a estabilidade que já conquistei... O que é uma verdadeira burrice. Ainda que certas mudanças tragam transtornos e sofrimentos, elas não ocorrem por acaso. Penso que a predestinação não é apenas um mito religioso, mas um fato. Todo nosso percurso já está traçado, ainda que eu não saiba responder precisamente por quem ele tenha sido traçado e por quê. Sim, a grande massa popular responde: “Deus é o grande criador e escritor de nossas histórias. Ele sabe tudo, Ele é o pai de todos nós!”. Mas é difícil afirmar algo como isso com tanta veracidade quando não temos acesso a isso. É aí que entra a questão da fé. Particularmente, não sou adepta de nenhuma crença religiosa por completo. Tenho certa afinidade com o espiritismo, mas declaro-me agnóstica.
Ademais, a nós, meros mortais, só nos resta ter a fé de que nada é por acaso e de que existe algo acima de nós, haja vista que a vida terrena é apenas uma etapa da verdadeira existência, que se encontra em outra dimensão. Não acho que as pessoas encontram-se por acaso. Cada pessoa que passou em minha vida trouxe uma diferente significação para mim. As pessoas que eu mantenho por perto, as que eu mantenho distantes e as que eu não consigo manter relação nenhuma em função de alguma mágoa, cada uma tem um significado muito importante em minha vida, contribuindo para minha evolução e também para meu retrocesso, dependendo do modo como eu lido com ela.
Como diz a letra da música “Encontros e Despedidas”, da Maria Rita:
Todos os dias é um vai-e-vemA vida se repete na estaçãoTem gente que chega pra ficarTem gente que vai pra nunca maisTem gente que vem e quer voltarTem gente que vai e quer ficarTem gente que veio só olharTem gente a sorrir e a chorarE assim, chegar e partir
Espero, nesse ano de 2011 e com meus dezenove aninhos então completados, passar por experiências que contribuam para meu crescimento pessoal. Almejo conhecer pessoas interessantes, tanto quanto as que conheci no ano passado ou até mais. Quanto às pessoas que não me querem o bem, só posso lhes dizer uma coisa: “Que tudo que você desejar a mim volte em dobro para você.” Carma is a bitch, baby. Como diria Justin (Bieber? NOT!) Timberlake: What goes around, comes around. Todas as nossas ações terão reações nas vidas dos outros e na nossa, portanto bastante JUÍZO e RESPEITO ao próximo é a pedida desse novo ano.
Bom, minha gente, meus árduos leitores e alguns curiosos, a vocês um feliz ano de 2011. Espero que vocês tenham seus sensos de justiça e humanidade aflorados, deixando de lado os preconceitos e crenças ignorantes que possivelmente sustentem. Todos temos MUITO a melhorar, então, aconselho vocês o que Bill Gates aconselhou a seus filhos: Antes de querer mudar o mundo, comece arrumando seu quarto. Quem entendeu, ótimo, quem não entendeu, um dia irá entender haha.
Um grande beijo, Isadora Cardoso.
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