"Como professor universitário, tenho um vício profissional. Quando estou corrigindo trabalhos de meus alunos e vejo que alguns deles estão tentando enrolar, criando situações e argumentos inverossímeis, escrevo na margem do texto: “a falsa cultura e é pior que a falta de cultura”. Essa minha afirmação, no entanto, não é restrita ao âmbito das relações ensino-aprendizado. Na vida real ela também se aplica. Por toda parte há intelectuais que nada mais são que atores de uma comedia, pois de intelectuais essas figuras grotescas nada têm.
Recebi na semana passado um e-mail de um amigo com um título que me chamou a atenção; “Como tornar-se um intelectual em poucas lições”. O texto possui algumas dicas para quem não quiser fazer feio em uma reunião de pseudo-intelectuais e recomenda:
1. Comece todas as frases com uma citação de um filósofo, de preferência com um nome alemão, o mais obscuro possível.
2. Se não souber o nome de nenhum filósofo alemão obscuro, procure saber o nome de qualquer jogador de futebol da 3ª divisão austríaca, e lhe atribua uma frase da sua própria autoria. O seu interlocutor não se dará ao trabalho de confirmar.
3. Ouça alguns fragmentos de música clássica, o suficiente para criticar qualquer uma delas, com qualquer pessoa que encontre à sua frente.
4. Leia a orelha e a contracapa dos livros que encontrar na livraria mais próxima, e critique-os junto dos amigos, com cara de quem leu os livros na íntegra.
5. Vá ao dicionário (ou à enciclopédia) e procure as dez palavras com maior número de sílabas que conseguir encontrar. Empregue-as avidamente.
6. Se não quiser ter o trabalho de memorizar as dez palavras, utilize o máximo possível de estrangeirismos. Para este efeito dê preferência a alocuções latinas, francesas e inglesas, pela ordem.
7. Utilize o máximo possível de palavras terminadas em “ismo”, tais como “interpretatismo”, “conceitualismo”, temperismo” e outras, mesmo que não signifiquem coisa nenhuma.
8. Veja filmes antigos e os utilize para comentá-los com expressões tais como: “é o metapsiquismo do transexistencialismo crônico, na observância das condições ‘sine qua non’ para a hermenêutica da propedêutica”.
9. Fale pouco em muitas palavras. Não diga, por exemplo, “Vou beber água”. Fica muito melhor a um pseudo-intelectual dizer “Vou repor o balanço hídrico”. Ainda melhor, poderá dizer: “Vou fazer como a Frieda, o personagem do livro ‘As Virgens do Lago’, de Von Klinkerhoffen, na cena em que ela fala com se dirige ao seu tutor filosófico” – ninguém sabe quem é o Von Klinkerhoffen. Imagine o quanto você brilhar ao dizer que esta verborréia toda significa que vai beber água.
10. Comente as notícias dos telejornais dos canais estrangeiros, da TV a cabo. Qualquer que seja a besteira que você diga ninguém vai notar, pois seus amigos (como você) nunca assistem a esses noticiários.
11. Fale de tudo sem dizer coisa nenhuma, com o ar de quem é o maior perito do mundo no assunto sobre o qual falou.
12. Regra de ouro: Critique, critique, critique... Lembre-se de um ditado muito utilizado entre os músicos: Quem aprende música e sabe tocar, vai ser músico. Quem não sabe, vai ser crítico.
13. Bajule – bajule muito – os ouros pseudo-intelectuais.
14. Fuja – fuja correndo – de perto dos intelectuais verdadeiros. Eles, somente eles, podem descobrir que você é apenas um bocó metido a besta. "
Recebi na semana passado um e-mail de um amigo com um título que me chamou a atenção; “Como tornar-se um intelectual em poucas lições”. O texto possui algumas dicas para quem não quiser fazer feio em uma reunião de pseudo-intelectuais e recomenda:
1. Comece todas as frases com uma citação de um filósofo, de preferência com um nome alemão, o mais obscuro possível.
2. Se não souber o nome de nenhum filósofo alemão obscuro, procure saber o nome de qualquer jogador de futebol da 3ª divisão austríaca, e lhe atribua uma frase da sua própria autoria. O seu interlocutor não se dará ao trabalho de confirmar.
3. Ouça alguns fragmentos de música clássica, o suficiente para criticar qualquer uma delas, com qualquer pessoa que encontre à sua frente.
4. Leia a orelha e a contracapa dos livros que encontrar na livraria mais próxima, e critique-os junto dos amigos, com cara de quem leu os livros na íntegra.
5. Vá ao dicionário (ou à enciclopédia) e procure as dez palavras com maior número de sílabas que conseguir encontrar. Empregue-as avidamente.
6. Se não quiser ter o trabalho de memorizar as dez palavras, utilize o máximo possível de estrangeirismos. Para este efeito dê preferência a alocuções latinas, francesas e inglesas, pela ordem.
7. Utilize o máximo possível de palavras terminadas em “ismo”, tais como “interpretatismo”, “conceitualismo”, temperismo” e outras, mesmo que não signifiquem coisa nenhuma.
8. Veja filmes antigos e os utilize para comentá-los com expressões tais como: “é o metapsiquismo do transexistencialismo crônico, na observância das condições ‘sine qua non’ para a hermenêutica da propedêutica”.
9. Fale pouco em muitas palavras. Não diga, por exemplo, “Vou beber água”. Fica muito melhor a um pseudo-intelectual dizer “Vou repor o balanço hídrico”. Ainda melhor, poderá dizer: “Vou fazer como a Frieda, o personagem do livro ‘As Virgens do Lago’, de Von Klinkerhoffen, na cena em que ela fala com se dirige ao seu tutor filosófico” – ninguém sabe quem é o Von Klinkerhoffen. Imagine o quanto você brilhar ao dizer que esta verborréia toda significa que vai beber água.
10. Comente as notícias dos telejornais dos canais estrangeiros, da TV a cabo. Qualquer que seja a besteira que você diga ninguém vai notar, pois seus amigos (como você) nunca assistem a esses noticiários.
11. Fale de tudo sem dizer coisa nenhuma, com o ar de quem é o maior perito do mundo no assunto sobre o qual falou.
12. Regra de ouro: Critique, critique, critique... Lembre-se de um ditado muito utilizado entre os músicos: Quem aprende música e sabe tocar, vai ser músico. Quem não sabe, vai ser crítico.
13. Bajule – bajule muito – os ouros pseudo-intelectuais.
14. Fuja – fuja correndo – de perto dos intelectuais verdadeiros. Eles, somente eles, podem descobrir que você é apenas um bocó metido a besta. "
Outras definições para os pseudo-intelectuais:
" Lêem os clássicos da literatura universal, conhecem filosofia, sociologia, política e economia com profundidade e só fazem programas 'cult'. Pior que isso, são aqueles que fazem tudo isso e não vivenciam de nenhum forma o conhecimento adquirido."
"Criaturas arrogantes, prepotentes e mesquinhas que pensam saber tudo sobre tudo? Que lê (ou pelo menos o diz) apenas a introdução de 'O Príncipe' e já quer criar toda uma teoria sobre a obra, simplesmente passando por cima de explicações mais que aceitas de estudiosos renomados só para se dizer um cult incompreendido; que assiste o filme 'Laranja Mecânica', não entende nada e apenas repete os comentários feito pelo ambulante que lhe vendeu a cópia pirata do filme; veste-se como se estivesse indo para uma reunião com o presidente dos EUA, passa horas na frente do espelho tapando as espinhas e ainda diz que não liga para essas 'futilidades', que o importante é o intelecto; critica tudo que for contra sua opinião, como se essa fosse a verdade única e inquestionável; faz discursos revoltadinhos sobre a cotação da batata e a miséria do Butão só para se mostrar 'contra o sistema' "
Encontrei esse texto na Internet e adorei, pois "pseudo-intelectual" é um conceito muitas vezes ultilizado em discussões ou diálogos, mas poucas vezes é realmente conhecido. Certa vez, fui chamada de tal "apelido", por razões que já posso imaginar, mas que ainda assim me deixam pensativa e curiosa. Enfim, as pessoas que visitam o meu blog/orkut/twitter, certamente perceberam que eu escrevo formalmente, uma vez que é uma preferência, pois não consigo escrever errado, acho desrespeitoso com quem lê. Desse modo, para alguns, acredito que isso é um indício pseudo-intelectual. Como defesa, respondo: escrever de acordo com a norma padrão, não é pseudo-intelectual, é apenas uma convenção adotada pelas pessoas que gostam de escrever, tal como eu. Ao contrário do que alguns podem pensar, não é uma forma de me elevar, mas sim de respeitar os leitores e a mim.
Encontrei esse texto na Internet e adorei, pois "pseudo-intelectual" é um conceito muitas vezes ultilizado em discussões ou diálogos, mas poucas vezes é realmente conhecido. Certa vez, fui chamada de tal "apelido", por razões que já posso imaginar, mas que ainda assim me deixam pensativa e curiosa. Enfim, as pessoas que visitam o meu blog/orkut/twitter, certamente perceberam que eu escrevo formalmente, uma vez que é uma preferência, pois não consigo escrever errado, acho desrespeitoso com quem lê. Desse modo, para alguns, acredito que isso é um indício pseudo-intelectual. Como defesa, respondo: escrever de acordo com a norma padrão, não é pseudo-intelectual, é apenas uma convenção adotada pelas pessoas que gostam de escrever, tal como eu. Ao contrário do que alguns podem pensar, não é uma forma de me elevar, mas sim de respeitar os leitores e a mim.
Outro possível indício pseudo-intelectual que eu possa ter, para os adoradores de estereótipos, pode ser a minha paixão por cinema, uma vez que eu exponho isso com o maior orgulho aqui e nos meus outros canais cibernéticos. Logicamente, não sou nenhuma crítica de cinema, aliás, passo muito longe disso. Sou cinéfila, cineholic, ou o que preferir, e como tal, gosto de demonstrar o meu amor pela sétima arte. Que mal há nisso? É doloroso para alguém ver que existem pessoas que curtem falar sobre o assunto? Eu fico arrogante quando cito o tema ou quando homenageio com álbuns no orkut? Existem tantas besteiras acontecendo no mundo, tantos vícios mortais, tantas sacanagens, e isso recebe alguma importância.
Não é porque eu amo cinema, que eu vou desprezar quem ama, sei lá, festejar em boites. Cada um é cada um, e essa é a beleza da diversidade. Contudo, a aceitação do que foge à regra nem sempre ocorre, e ele recebe estereótipos constantemente. A meu ver, não sou melhor que ninguém, não gosto de ficar falando sobre livros e cinema para autopromoção, não sou arrogante, sou diferente sim, tenho as minhas preferências e tudo mais, mas em nenhum momento eu uso isso para degradar os que pensam contrariamente a mim. Não leio clássicos da Filosofia, não uso citações de intelectuais contemporâneos ou clássicos, não escuto Chico Buarque e Caetano Veloso para ficar comentando sobre a MPB (aliás, nem escuto eles!), não frequento lugares ditos "cult", não uso palavras difíceis com o intuito de me gabar ou algo do gênero (aliás, nem uso palavras difíceis no meu cotidiano!).
Em suma, não sou pseudo-intelectual, mas sim, gosto de apreciar o que me faz bem e tornar isso explícito, pois como o Cazuza mesmo diz: "Só quem se mostra se encontra, mesmo que se perca no caminho". Sou isso, explícita, defendo meus pensamentos, escuto os de outras pessoas, escrevo por paixão (não por autopromoção) e falo o que penso até o fim. Sou contra qualquer tipo de romantização da realidade, "puxação de saco" dos outros, ou qualquer coisa que seja artificial demais. Se isso incomoda, PACIÊNCIA!
Como os meus sábios avós dizem e eu concluo: É melhor ter voz e ser criticado, do que ficar quieto sem ser notado.
Um beijo e um abraço para todos. Fui-me, pois tenho filme com minhas amadas mãe e irmã, que são as pessoas mais inteligentes que eu conheço.
você escreve com uma paixão/raiva! Eu raxo ahahahahha Eu? Inteligente? Sou intelectual, isso sim, sua pseudo(hehe)! TE AMO!
ResponderExcluirGostei da descrição de um pseudointelectual.
ResponderExcluirAcredito que quem aponta um dedo, tem de volta 3 apontados para si. Portanto só um pseudointelectual aponta dedos julgando achar que sabe o significado do mesmo!!
Acho que antes das pessoas julgarem o outro deveriam ler sobre a "Projeção" segundo Freud!
Texto excelente Isadora, talvez um acréscimo pequeno o deixaria quase perfeito: o que é um intelectual de verdade? Li um sujeito (que não tem nome alemão.. rsrs) e ele deu uma boa definição:
ResponderExcluir"Uma definição inicial do que é um intelectual é: um intelectual é alguém que adora idéais, que se dedica a esclarecê-las, desenvolvendo-as, criticando-as, alterando-as repetidas vezes, vendo suas implicações, acumulando-as, organizando-as, sentando silenciosamente enquanto novas idéias surgem e as velhas parecem se reorganizar, brincando com elas, fazendo trocadilhos com sua terminologia, rindo delas, observando-as colidirem-se, recolhendo as peças, começando de novo, julgando-as, retendo julgamentos sobre elas, trocando-as, pondo-as em contanto com suas equivalentes em outros sistemas de pensamento, convidando-as para jantar e divertir-se mas também ajustando-as para o trabalho na vida diária." (Hábitos da Mente, James Sire.)
A visita foi muito agradável, sua franqueza é cativante.